

O Circuito Cultural Praça da Liberdade vai integrar a programação da 9ª Primavera dos Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus - Ibram, que elegeu, nesta edição, a causa indígena para nortear seu calendário. O Ibram considera que a diversidade sociocultural dos mais de 200 povos indígenas que vivem em nosso país constitui-se como um dos maiores patrimônios existentes no território nacional e os museus são espaços importantes para guarda e transmissão das histórias destes povos. A partir do próximo dia 21, serão realizados mais de 2.400 eventos em todo o país, em cerca de 800 instituições diferentes, voltados para o tema Museus e Memórias Indígenas.
Em Belo Horizonte, o MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal e o Museu Mineiro se reuniram para uma programação conjunta. A mostra de cinema indígena será exibida nos dois espaços, com sessões comentadas. Também serão realizadas exposições, debates e oficinas.
No Memorial Minas Gerais Vale, todo o mês de setembro está sendo dedicado à Primavera dos Museus 2015. Além da mostra que reúne quatro vídeos da série "Indíos no Brasil", o público pode visitar a exposição Indianologia que, em parceria com o Arquivo Público Municipal, revela o acervo do professor Nelson Coelho de Senna. Ações educativas e visitas mediadas completam a programação.
A entrada para todas as atividades dos espaços é gratuita.
Confira abaixo a programação completa:
Programação MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal
- Mostra Cinema Indígena
Dia 22/09 – 15h
Programa “Noroeste Amazônico”
Curadoria:Pedro Portella,antropólogo, diretor, fotógrafo e editor de documentários,membro da Associação Filmes de Quintal na qual, além de trabalhar há mais de uma década no festival Forumdoc.bh, atualmente é coordenador de campo das oficinas de audiovisual e produção de vídeo-documentário para o apoio à salvaguarda do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro realizadas em parceria com o IPHAN-AM.
Nora Malcriada (Amazonas/2010/7m16”). Direção de Elisangela Fontes Olimpio. A cineasta Baniwa narra o mito de Basebó em nheengatu (língua geral), ao mesmo tempo em que mostra o trabalho de seus parentes na roça: o passado e o presente se contaminam, sob a sensibilidade do olhar feminino da primeira realizadora do Rio Içana.
Vovô Ralhão (Amazonas/2010/17m30”). Direção: Barnabé Paz Neri e Maria Rosilene Prado Machado. O cotidiano de um casal Tukano em São Gabriel da Cachoeira, a maior cidade indígena brasileira.
Vetidaresé – Benzimento de Proteção (Amazonas/2010/11min22”). Direção: Armindo Pena Seribhí Tukano. Uma remontagem do ritual de benzimento Tukano, no qual o kumu (xamã) nomeia o recém nascido com o nome dos antepassados do mesmo.
Dia 23/09 – 15h
Programa “Filmes Guarani” – Especial Alberto Álvares
Cineasta guarani, Alberto Álvares já atuou na televisão e no cinema, com o trabalho recente Rouge Brésil (Vermelho Brasil), de direção do canadense Sylvain Archambaud, uma produção realizada em parceria com empresas cinematográficas do Brasil, França e Canadá, sobre a história da expedição de Nicolas Durand de Villegaignon ao Brasil por volta de 1550.
A Procura de Aratu (Bahia/2015/10`) – O documentário curta-metragem acompanha a vida de um menino 11 anos (modo de vida Pataxó) na aldeia Bugigão - Terra Indígena Barra Velha (BA). O menino dessa aldeia está sempre em busca do novo conhecimento e inventando e reinventando para manter a sua própria cultura. Nessa curta-metragem, Alberto Álvares acompanha um pouco da vida do menino na sua aldeia, em Porto Seguro (BA) (Leomaicon) para a pesca de Aratu.
Em Busca do Saber (Santa Catarina/2013/30`) – O documentário curta-metragem “Arandu Nhembo’e - Em busca do saber”, acompanha a busca dos jovens pelo nhandereko (modo de vida Guarani) na aldeia Yynn Morotin Werá - Terra Indígena de Biguaçu (SC). Os jovens dessa aldeia estão sempre em busca do conhecimento verdadeiro dos mais velhos, e, nessa curta-metragem, Alberto Álvares acompanha um pouco da preparação do Karai Wilson Moreira (Passo Fundo) para cerimônia da busca da visão.
Encontro de Tradições (24`) – Alberto Álvares conheceu o Xeramoi Alcindo Wera Tupã em 2004, quando ele foi seu professor da oralidade de Guarani na Formação do Curso de Kuaa-Mbo’e (Conhecer e Ensinar). O contato foi retomado em 2008, a partir de atividades desenvolvidas no Observatório da Educação Escolar Indígena - OEEI (CAPES) /UFMG, quando o cineasta passou a se interessar em mostrar a narrativa do Sr. Alcindo, e a oralidade, a sabedoria e a espiritualidade Guarani com a lente do olhar. Sua inspiração como cineasta veio da admiração e respeito pelos saberes orais transmitidos por Wera tupã e sua esposa Poty Dja, Dona Rosa, que são, para ele, exemplos de sabedoria e espiritualidade do Povo Guarani.
Dia 24/09 – 15h
Sessão comentada do documentário "Karai ha egui kunhã karai ete – Os verdadeiros Líderes Espirituais", de Alberto Álvares, seguido de bate-papo com o realizador.
O documentário "Karai ha egui kunhã karai ete – Os verdadeiros Líderes Espirituais" conta a história de vida do Sr. Alcindo Moreira, um importante líder espiritual Guarani, de 106 anos de idade, e de D. Rosa Poty-Dja, sua esposa, que vivem na Aldeia Yynn Moroti Werá, Terra Indígena de Biguaçu, em Santa Catarina. Após a exibição do documentário, haverá um bate-papo com o realizador.
- Ações do Educativo
Dias 22/09 e 25/09, às 12h30 e às 16h30
Visita Mediada “Memória Indígena”
A visita mediada abordará temas e aspectos relacionados à memória indígena presentes no Museu, tais como o uso de minerais para a confecção de adornos e pinturas, a visão da República sobre a herança indígena, os zoólitos, esculturas móveis pré-históricas, representando animais diversos da fauna brasileira, entre outros.
Dias 22/09 e 25/09, às 13h30, 14h30 e 17h30
Dias 23/09, às 12h30, 13h30, 14h30 e 17h15
Dinâmicas “Lendas Indígenas” e “Índios no mapa: a Cidade de Minas”
Intervenções educativas nos espaços do Museu, utilizando diversos recursos lúdicos. “Lendas indígenas” relacionará, por meio de contação de histórias, as lendas indígenas à temática do Museu. Já “Índios no mapa: a Cidade de Minas” se propõe a revisitar a cidade de Belo Horizonte, a partir do mapa do Hipercentro de Belo Horizonte, abordando os simbolismos e as intenções ideológicas, relacionadas aos povos indígenas, impressos pela República na tessitura deste espaço urbano.
- Oficinas
Dia 24/09, às 16h15 e 18h
“Muiraquitã”
Os participantes irão aprender a confeccionar réplicas de adornos líticos, os muiraquitãs, amuletos amazônicos envoltos de história e misticismo.
Dia 24/09, às 19h30
“Arte Rupestre”
Apresentar a arte rupestre, preparar tintas com pigmentos minerais e registrar, a partir de desenhos, cenas do cotidiano. A intenção é potencializar a capacidade criativa de cada participante, mesmo que não tenha experiência com desenho. Demonstrar que é possível desenvolver diferentes formas de registro que expressam a realidade e a identidade de cada um, assim como fez a humanidade há mais de 30 mil anos.
* Entrada gratuita. Inscrições na recepção no museu antes das atividades. Vagas limitadas.
- MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal – Praça da Liberdade, s/n, Belo Horizonte – MG (Prédio Rosa)
Mais informações: (31) 3516-7200 ou (31) 3516-7225
www.mmgerdau.org.br
Programação do Museu Mineiro
- Mostra Cinema Indígena
Dia 24/09 – das 19h às 21h
Programa: Cinema Indígena Mineiro: Primeiros Fragmentos
Curadoria:Pedro Portella,antropólogo, diretor, fotógrafo e editor de documentários,membro da Associação Filmes de Quintal na qual, além de trabalhar há mais de uma década no festival Forumdoc.bh, atualmente é coordenador de campo das oficinas de audiovisual e produção de vídeo-documentário para o apoio à salvaguarda do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro realizadas em parceria com o IPHAN-AM.
Casca do Chão (49’23”). O documentário Caxixó "Casca do Chão" foi produzido nas Oficinas de Cinema Documentário do Curso de Formação Intercultural de Educadores Indígenas da UFMG. Jaciara e Glaysson Caxixó, neste, que é o primeiro filme produzido durante o curso, acompanharam alguns dias da vida do cacique Djalma Caxixó, que mostrou lugares e fragmentos de seus ancestrais, chamados por ele de "povo da morada do chão". Nas andanças promovidas pelo ancião, os dois jovens cineastas também aprenderam o verdadeiro significado do "encantamento", que, ao contrário da "filmação", só é captado na escuridão da Lapa, sob o domínio de Jaci, o deus dos Caxixó.
Presente dos Antigos (49’19”). A busca por um traço, um vestígio, um rastro ancestral. Depois de muitos conflitos por posse de terra na região e grandes perdas em relação às suas práticas tradicionais, os Xacriabá revitalizam, pelas imagens, sua cultura e, em especial, sua pintura corporal. Durante uma oficina de cinema documentário, eles registram os desenhos de antepassados nas cavernas e vivenciam o processo de realização de um filme, ao mesmo tempo em que reforçam a construção de sua identidade.
*A exibição irá ocorrer na parede externa no gramado entre o Museu Mineiro e Arquivo Público Mineiro e será comentada por Pedro Portella, curador da Mostra Cinema Indígena.
- Feiras, oficinas e debate
Dia 25/09
14h às 18h – Feira de Artesanato indígena da Aldeia Geru Tucunã Pataxó
15h às 18h - Oficina de Pintura Corporal Típica dos índios da Aldeia Geru Tucunã Pataxó
Dia 26/09
14h às 17h – Feira de Artesanato indígena da Aldeia Geru Tucunã Pataxó
14h às 16h - Oficina de Pintura Corporal Típica dos índios da Aldeia Geru Tucunã Pataxó
16h – Dança típica com dos índios da Aldeia Geru Tucunã Pataxó
17h às 19h - Roda de conversa sobre o tema da 9ª Primavera dos Museus: Museus e Memórias Indígenas, com os convidados: Cacique Baiara, Cacique da Aldeia Geru Tucunã Pataxó; Pedro Portella - antropólogo, diretor, fotógrafo e editor de documentários; Célia Xakriabá - formada em Ciências Sociais e Humanidades pela UFMG, com especialização em formação Intercultural para Educadores Indígenas, membra da COMIL - Comissão das Mulheres Indígenas do leste e Espírito Santo, servidora da Secretaria de Estado da Educação (MG), atuando na Superintendência de Modalidades e Temáticas Especiais e na Diretoria de Temáticas Especiais e Coordenação da Educação Escolar Indígena; Ramiro Queiroz - estudante de Antropologia Social, na área de etnologia, do Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGAN-UFMG). Analisa atualmente o Museu Magüta, criado e gerenciado por lideranças da etnia Ticuna; e Mario Geraldo Fonseca - pesquisador da cultura indígena, que, atualmente, desenvolve seu pós-doutorado em literatura comparada, que consiste na construção de uma cartilha para ajudar educadores de escolas públicas no ensino e aprendizagem da cultura indígena.
*A entrada é gratuita
- Museu Mineiro – Av. João Pinheiro, 342, Funcionários, Belo Horizonte – MG
Mais informações: (31) 3269-1103
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Programação Memorial Minas Gerais Vale
- Mostra Vídeo nas Aldeias
Período: todo o mês de setembro
Horário: durante funcionamento do museu
Sala: Espetáculo Mineiro
O Grupo de Estudos do Educativo do Memorial Minas Gerais Vale ‘Culturas Indígenas e Memória’ selecionou quatro vídeos da série Índios no Brasil, que integra o projeto Vídeo nas Aldeias, criado em 1986 com o objetivo de apoiar as lutas dos povos indígenas e fortalecer suas identidades por meio de recursos audiovisuais em comunidades indígenas de todo o Brasil. A proposta é desconstruir estereótipos, valorizando e reconhecendo os povos indígenas na sociedade atual.
1. Quem são eles?, 2000 / 18min. / Hunikui Kaxinawá) / Maxacali / Pankararu / Yanomami
2. Nossas línguas, 2000 / 20min. / Hunikui (Kaxinawá) / Kaingang / Pankararu
3. Uma outra história, 2000 / 17min. / Hunikui (Kaxinawá) / Pankararu
4. Nossas terras, 2000 / 20min. / Ashaninka / Baniwa / Kaingang
* Além da mostra, o público pode conferir outros 16 documentários sobre o tema disponíveis no espaço da Midiateca (1º piso).
- Exposição Indianalogia, por Nelson de Senna.
Até 27/09 - durante funcionamento do museu
Sala: Família Mineira
Em parceria com o Arquivo Público Municipal de Belo Horizonte, o Grupo de Estudos “Culturas Indígenas e Memória”, do Educativo do Memorial Minas Gerais Vale, apresenta uma exposição inédita do acervo do professor, jurista e político Nelson Coelho de Senna (1876-1952). Mineiro, nascido no Serro, o pesquisador dedicou parte da vida ao estudo de aspectos urbanos, antropológicos e sociais do Brasil. Em exibição, jornais, manuscritos e fotografias do arquivo pessoal de Senna convidam os visitantes a refletir sobre a identidade e representatividade indígenas ao longo do tempo.
- Ação Educativa - Cartografia da Resistência
Aos sábados - 14h
Sala: Caminhos e Descaminhos / Turismo Ecológico
A ação educativa busca discutir questões que definiram o território de Minas Gerais em meados dos séculos XVI e XVII, por meio de um jogo com mapas antigos do Estado e uma bússola.
- Visitas mediadas
Aos domingos - às 11h e às 14h
A atividade integra edição especial do programa “Experiências no Memorial”, com dois horários dedicados a visitas exclusivas sobre o tema da 9ª Primavera de Museus. São visitas mediadas especiais que provocarão questões relacionadas à cultura indígena de Minas Gerais e do Brasil.
*A entrada é gratuita
Memorial Minas Gerais Vale
Endereço: Praça da Liberdade, 640, esq. Gonçalves Dias
Horário de funcionamento: terças, quartas, sextas e sábados, das 10h às 17h30, com permanência até 18h. Quintas, das 10h às 21h30, com permanência até 22h. Domingos, das 10h às 15h30, com permanência até 16h.