O primeiro concerto da série destaca obras de Abel, Berlioz, Bernstein, Cherubini e Copland com participações especiais de músicos da Orquestra e da mezzo-soprano Luisa Francesconi
Neste ano, inspirada nas letras do alfabeto, a Filarmônica de Minas Gerais explora o repertório sinfônico trazendo as imensas possibilidades existentes de A a Z, na série “Fora de Série”, realizada aos sábados. O primeiro programa desta série, a ser realizado no dia 12 de março, às 18h, na Sala Minas Gerais, inclui a música pré-clássica de Abel e Cherubini, o romantismo das Noites de Verão de Berlioz, com a mezzo-soprano Luisa Francesconi, e chega à forte influência do jazz na música norte-americana de Bernstein e Copland, com os músicos da Orquestra Israel Muniz, no corne inglês, e Marlon Humphreys-Lima, no trompete. A regência é de José Soares, Regente Associado da Orquestra. Este primeiro concerto também marca a renovação da parceria entre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e a ArcelorMittal, líder em aço no Brasil e no mundo, por meio de sua Fundação, que atua há mais de 33 anos em três eixos prioritários: Educação, Cultura e Esporte. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala Minas Gerais. A capacidade da Sala é de 1.493 lugares.
Em decorrência da portaria da Prefeitura de Belo Horizonte, publicada no dia 9 de fevereiro de 2022, com orientações sobre a prevenção da covid-19 em casas de espetáculo, torna-se obrigatória, para todas as idades, a apresentação do comprovante de vacinação com duas doses da vacina contra a covid-19 ou o teste negativo para covid-19. Serão aceitas versões em papel ou digitais dos documentos (a versão digital do comprovante de vacinação pode ser obtida na plataforma Conecte SUS). O uso permanente de máscara segue obrigatório, e o Café da Sala estará aberto. Veja mais orientações no “Guia de acesso à Sala”, no site da Orquestra: fil.mg/acessoasala.
Este projeto é apresentado pelo Ministério do Turismo e Governo de Minas Gerais, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Patrocinadores: Supermix e ArcelorMittal. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de MG, Governo do Estado de Minas Gerais, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
José Soares, regente associado da Filarmônica de Minas Gerais
Natural de São Paulo, José Soares é Regente Associado da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, tendo sido seu Regente Assistente desde as duas temporadas anteriores. Venceu o 19º Concurso Internacional de Regência de Tóquio, edição 2021 (Tokyo International Music Competition for Conducting). José Soares recebeu também o prêmio do público na mesma competição. Iniciou-se na música com sua mãe, Ana Yara Campos. Estudou Regência Orquestral com o maestro Cláudio Cruz, em um programa regular de masterclasses em parceria com a Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo. Participou como bolsista nas edições de 2016 e 2017 do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, sendo orientado por Marin Alsop, Arvo Volmer, Giancarlo Guerrero e Alexander Libreich. Recebeu, nesta última, o Prêmio de Regência, tendo sido convidado a atuar como regente assistente da Osesp em parte da temporada 2018, participando de um Concerto Matinal a convite de Marin Alsop. Foi aluno do Laboratório de Regência da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo convidado pelo maestro Fabio Mechetti a reger um dos Concertos para a Juventude da temporada 2019. Em julho desse mesmo ano, teve aulas com Paavo Järvi, Neëme Järvi, Kristjan Järvi e Leonid Grin, como parte do programa de Regência do Festival de Música de Parnü, Estônia. Atualmente, cursa o bacharelado em Composição pela Universidade de São Paulo.
Luisa Francesconi, mezzo-soprano
Luisa Francesconi tem excepcional capacidade para a execução de coloratura, destacando-se no repertório rossiniano e mozartiano ao interpretar papéis em óperas como O barbeiro de Sevilha, L’Italiana in Algeri, Così fan tutte e Don Giovanni. Ela canta com frequência nos principais teatros brasileiros e italianos e tem se apresentado regularmente também em Portugal. Seu repertório de concerto é vasto, com atuações marcantes em obras como a Rapsódia para contralto e a Missa em si Menor de Bach; o Requiem e a Missa da Coroação de Mozart; o Messias de Haendel; a Missa em Dó maior e a Fantasia Coral de Beethoven; as sinfonias números 2, 3 e 8 de Mahler; a Pequena Missa Solene de Rossini; e a Floresta do Amazonas de Villa-Lobos. Luisa gravou como solista a Nona de Beethoven e o Requiem Hebraico de Erich Zeisl, lançados em CD pelo selo Biscoito Fino.
Israel Muniz, corne inglês
O paulista Israel Silas Muniz começou a estudar música aos seis anos de idade com a flauta doce. Posteriormente, passou a dedicar-se ao oboé, sendo orientado por Benito Saches e Éser Menezes. Deu continuidade aos estudos na cidade alemã de Colônia, onde obteve seu Diplom Musiker orientado pelos professores Christian Wetzel, Washington Barella, Ikuko Homma e Michael Sieg. Israel participou de festivais, eventos camerísticos e masterclasses com Hansjörg Schellenberger, Andreas Wittmann, Washington Barella, François Leleux, Alex Klein, Ingo Goritzki, Florian Hasel e Dominik Wollemweber. Venceu concursos para Jovens Solistas da Escola Municipal de Música de São Paulo, da Orquestra Experimental de Repertório e da Orquestra Petrobras Pró-Música, tendo ainda participado do Concurso de Genebra. Na Alemanha, trabalhou nas orquestras Bamberger Symphoniker, SWR Baden Baden und Freiburg, Staatstheater Braunschweig, Deutsche Kammerphilharmonie Bremen. No Brasil, atuou na Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), na Sinfônica da USP (Universidade de São Paulo), na Orquestra Experimental de Repertório, entre outras. Integra o naipe de Oboés da Filarmônica como corne inglês solo.
Marlon Humphreys-Lima, trompete
Natural de São Paulo, Marlon Humphreys-Lima teve sólida formação musical com Gilberto Siqueira e foi vencedor do Prêmio Weril (2000). Com bolsa de estudos da Vitae, aperfeiçoou-se em Chicago com Mark Ridenour e Aldoph Herseth. Foi solista na Civic Orchestra of Chicago e trabalhou com a Chicago Symphony, Grand Park Symphony, Rochester Philharmonic e Oak Park Symphony. No Japão, foi membro fundador e solista da Hyogo Performing Arts Center Orchestra e participou do Pacific Music Festival. Trabalhou com os maiores regentes da atualidade, destacando-se Valery Gergiev, Daniel Barenboim e Pierre Boulez. A convite de Valery Gergiev, participa da World Orchestra for Peace.
Repertório
Karl Friedrich Abel (Cöthen, Alemanha, 1723 – Londres, Inglaterra, 1787) e a obra Sinfonia em Mi bemol maior, op. 7, nº 6 (1767)
Ao longo de sua vida, Karl Friedrich Abel publicou seis conjuntos de sinfonias, cada um deles contendo seis sinfonias. Surgido em 1764, o opus 7 é o terceiro ciclo de peças, publicado e escrito depois dos opus 1 e 4. Em suas edições impressas, lançadas em Londres e Amsterdam, as sinfonias de Abel ainda são chamadas de aberturas, retomando assim o termo “sinfonia” em referência às aberturas em três movimentos, oriundas da ópera italiana. Em um momento em que a sinfonia ainda não havia ascendido como um dos mais prestigiosos gêneros musicais, o que distingue estes trabalhos de Abel de seus contemporâneos é o segundo movimento. Geralmente assinalados como Andante e mantidos em sempre piano, são onde Abel apresenta uma linguagem musical individual e nova. Exemplo mais impressionante e maduro desta distinção está em sua Sinfonia op. 7 nº 6, que durante muito tempo foi creditada a Mozart.
Hector Berlioz (La Côte-Saint-André, França, 1803 – Paris, França, 1869) e a obra Noites de verão, op. 7 (1840/1841)
Hector Berlioz contribuiu para o repertório de canções francesas com cerca de quarenta trabalhos. Com exceção do ciclo de seis canções Noites de verão, op. 7, as peças são pouco conhecidas e raramente executadas. Compostas em 1841 para piano acompanhado de mezzo-soprano ou tenor, as seis canções foram depois arranjadas para outras tipologias vocais, até chegarem à sua versão final para orquestra, publicada em 1856. Ainda que não tenha sido idealizado como um ciclo, o conjunto de canções, escrito a partir de poemas de Théophile Gautier, vê certa unidade em torno da temática do amor e de alguns temas musicais recorrentes.
Luigi Cherubini (Florença, Itália, 1760 – Paris, França, 1842) e a obra Medeia: Abertura (1797)
"De todos os compositores de ópera vivos, Cherubini é quem eu mais respeito", declarou Beethoven após assistir em Viena à montagem de Medeia. Apresentada pela primeira vez em 13 de março de 1797 no Teatro Feydeau em Paris, a estreia não gerou o sucesso de público esperado e só voltou à cidade um século e meio depois. A montagem chegou a Berlim em 1800 e a Viena em 1802, locais onde foi mais bem recebida. A Itália, terra natal de Luigi Cherubini, só conheceria a sua obra-prima em 1909. A Medeia de Cherubini tem sido mais aclamada do que apresentada, muito em razão da dificuldade exigida da personagem principal: a obra demanda uma voz forte e resistente e uma atuação intensa. Em essência, a trama alterna ternura e ira, o amor pela prole e a vingança da personagem principal direcionada a seu infiel marido, por ter sido responsável pela morte de seus filhos. A extraordinária Abertura pode ser compreendida como a própria descrição da personagem. O clima tempestuoso e intenso dialoga com passagens líricas, associadas ao lado terno de Medeia, ligado ao amor pelos filhos.
Aaron Copland (Nova York, Estados Unidos, 1900 – 1990) e a obra Quiet City (1939)
No universo sinfônico, diversos compositores foram mestres na capacidade de fazer emergir de suas partituras a síntese do que podemos chamar de “um som essencialmente norte-americano”. De William Billings, na segunda metade do século 18, a Leonard Bernstein, já no século 20 – passando por tantos outros –, todos tocam peças insubstituíveis para a constituição desse sentimento. Ainda assim, se tivéssemos de escolher apenas um, provavelmente, o somatório essencial estaria nas melodias de Aaron Copland. Tal identificação se deve provavelmente à conexão das partituras a espaços tão específicos e vitais ao vocabulário cultural dos Estados Unidos, como é o caso da paisagem urbana retratada em Quiet City, produzida inicialmente para servir de música incidental de uma peça teatral de Irvin Shaw com estreia prevista em 1939. Após o fracasso da empreitada, Copland recuperou a partitura inicial e transformou-a numa peça orquestral sugestiva e evocativa para trompete, corne inglês e cordas. Depois da estreia da versão orquestral, em 1941, Ross Parmenter afirmou no jornal The New York Times que “a peça continha em suas ruas silenciosas a marcha lenta de um homem sem posses, e um pouco da mistura de beleza e tristeza que vem da solidão” – em suma, Quiet City desenvolve um senso de solidão avassaladora que funciona como uma ode à cidade de Nova York.
Leonard Bernstein (Lawrence, Estados Unidos, 1918 – Nova York, Estados Unidos, 1990) e a obra On the town: Três episódios de dança (1945)
Chamado de “garoto-maravilha do mundo musical” pela revista Times, Leonard Bernstein estreou aos 27 anos uma temporada exitosa em Nova York, mantendo seu musical On The Town em cartaz na Broadway com lotações esgotadas. Àquele tempo, Bernstein, o mais novo herói musical, nervoso, apaixonado, veemente, ainda não se decidira pela composição ou a batuta, pela música erudita ou pelo jazz… O balé Fancy Free e o musical On The Town, que se seguiu, foram compostos e estreados no ano de 1944 e têm como personagens principais três marinheiros brincalhões em Nova York. Bernstein transformou as danças centrais de On the Town num conjunto de três episódios para orquestra: The Great Lover, Lonely Town: Pas de Deux e Times Square: 1944. A versão foi estreada em 1946 tendo Bernstein à frente da Orquestra Sinfônica de San Francisco. Em 1949, a MGM transformou o musical em filme, estrelado por Gene Kelly e Frank Sinatra, porém só usou parte da música de Bernstein. On the Town ficou em cartaz na Broadway por mais de um ano e teve nada menos que 483 apresentações.
Programa
Fora de Série – de Abel a Copland
12 de março – 18h
Sala Minas Gerais
José Soares, regente
Luisa Francesconi, mezzo-soprano
Israel Muniz, corne inglês
Marlon Humphreys-Lima, trompete
ABEL Sinfonia em Mi bemol maior, op. 7, nº 6
BERLIOZ Noites de verão, op. 7
CHERUBINI Medeia: Abertura
COPLAND Quiet City
BERNSTEIN On the town: Três episódios de dança
INGRESSOS:
R$ 50 (Coro), R$ 50 (Terraço), R$ 50 (Mezanino), R$ 65 (Balcão Palco), R$ 86 (Balcão Lateral), R$ 113 (Plateia Central), R$ 146 (Balcão Principal) e R$ 167 (Camarote).
Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Bilheteria da Sala Minas Gerais
Horário de funcionamento
Dias sem concerto:
3ª a 6ª — 12h a 20h
Sábado — 12h a 18h
Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:
— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana
— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado
— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo
Cartões e vale aceitos:
Cartões das bandeiras American Express, Elo, Hipercard, Mastercard e Visa.
Vale-cultura das bandeiras Ticket e Sodexo.

Imagem: Rafael Motta