
Belo Horizonte recebe em junho as influências enraizadas na cultura negra dos países do mundo inteiro. Nos dias 9 e 10 de junho, a capital mineira sedia, no BDMG Cultural, o Seminário Mundial de Artes e Culturas Negras. O evento reflete sobre as possibilidades da vinda do Festival Mundial de Artes Negras, em 2017, para solo brasileiro. As inscrições estão abertas em: http://zip.net/bbtksF .
Com o intuito de trazer este grande encontro para o país, o Governo de Minas Gerais - por meio das Secretarias de Cultura, de Educação e de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, e da Assessoria de Relações Internacionais -, em parceria com o Comitê Curador do Seminário Mundial das Artes e Cultura Negra, reúne artistas e intelectuais de todo o globo no seminário.
A escolha do Brasil se baliza por números expressivos: nossa nação tem a maior população afrodescendente fora do continente africano. Inspirada em festivais semelhantes realizados anteriormente no Senegal, em 1966 e 2010, e na Nigéria, em 1977, essa proposta busca trazer para o ambiente das artes, da cultura e da ciência os grandes temas atuais dos africanos e dos afrodescendentes, os quais, consequentemente, foram disseminados para todos os povos.
O secretário de Estado Adjunto de Cultura, João Miguel, explica que é dever do poder público mineiro valorizar eventos de relevância universal, como esse. “O Governo de Minas Gerais, atento à escuta da sociedade civil, abraça este acontecimento que tem por objetivo trazer para discussão uma temática de grande importância. O seminário chega como arauto de novos tempos para se pensar a influência afrodescendente nas artes, culturas, vida e história de nosso país”.
A programação do seminário traz os participantes convidados: a ex-ministra Chefe de Estado do Ministério das Mulheres da Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes; Tomaz Aroldo da Mota Santos, reitor da Unilab – Universidade Luso Afro Brasileira; Tukufu Zuberi, da Universidade da Pensilvânia, nos EUA; Vanicléia Silva Santos, do Centro de Estudos Africanos da UFMG; Epsy Campbell, da Associación para el Desarrolho de las Mujeres Negras Costarricences da Costa Rica; Diógenes Dias, professor da Rede Afro Venezuelana; Jovelina Imperial, vice governadora da província de Luanda, na Angola, entre outros.
Como representantes do Governo de Minas Gerais, também estão nas mesas de debate do seminário Angelo Oswaldo, secretário de Estado de Cultura; Nilmário Miranda, secretário de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania; Macaé Maria Evaristo, secretária de Educação; e Rodrigo Perpétuo, chefe da Assessoria de Relações Internacionais.
Para a subsecretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Sedpac, Cleide Hilda, a realização deste seminário é a possibilidade de um grande intercâmbio cultural entre o Brasil e os diversos países participantes. “Este encontro traz informações extremamente importantes para a cultura de Minas Gerais e do Brasil, vai reafirmar a importância da cultura para a sobrevivência do povo negro e recriar novas possibilidades de superação ao racismo. A cultura, em especial para o povo negro, deu possibilidades de continuidade à vida”.
Marcos Cardoso, integrante do Comitê Curador do Seminário Mundial das Artes e Cultura Negra e da CONEN - Coordenação Nacional das Entidades Negras – Brasil, explica os dois dias de trabalho.
“O seminário envolve movimentos sociais, academias, pesquisadores e pensadores num momento reflexivo para a elaboração de um conceito a ser tema do Fesman, que acontece em 2017. Será uma oportunidade de debater pautas no âmbito da cultura de uma forma genérica, com vistas à construção da identidade étnico racial dos povos”.
Cardoso ainda destaca a relação intercontinental sublinhada pelo encontro. “A África convida o Brasil a participar de encontros com amplitude internacional. Com este seminário a reciprocidade acontece. Neste contexto, Minas Gerais será um centro irradiador para todo o Brasil da importância do Fesman”.
A proposta do seminário não se restringe à arte, mas abrange também outras perspectivas como sustentabilidade, economia e desenvolvimento. A programação é gratuita e aberta ao público.
Confira programação completa do Seminário Mundial de Artes e Culturas Negras
10h às 11h - Abertura
Angelo Oswaldo - Secretário de Estado de Cultura
Macaé Maria Evaristo - Secretária de Estado de Educação
Nilmário Miranda - Secretário de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania
Rodrigo Perpétuo, chefe da Assessoria de Relações Internacionais
Nilma Lino Gomes - Ex-Ministra Chefe de Estado do Ministério das Mulheres da Igualdade e dos Direitos Humanos - Sociedade Civil
Marcos Cardoso - integrante do Comitê Curador do Seminário Mundial das Artes e Cultura Negra e da CONEN - Coordenação Nacional das Entidades Negras
Francislei Henrique - Presidente Nacional da Central Única das Favelas/ CUFA
11h às 13h30 - Conferência magna com a ex-ministra Chefe de Estado do Ministério das Mulheres da Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes, e com a professora doutora pela Universidade Eduardo Mondlane, Sandra Manuel
14h30 às 17h - Mesa 01 – A década dos Afrodescendentes: as artes e a cultura negra
Mediadora: ProfessoraDulce Maria Pereira
Participantes:
Rodrigo Perpétuo - Chefe da Assessoria de Relações Internacionais de Minas Gerais – Brasil
Tomaz Aroldo da Mota Santos – reitor da Unilab – Universidade Luso Afro Brasileira – Brasil
Dr. Tukufu Zuberi - Universidade da Pensilvânia – EUA
10 de Junho de 2016
09h às 12h - Mesa 02 – África/ Diáspora: Convergências Possíveis
Mediadora: Rosália Diogo
Participantes:
Macaé Maria Evaristo – Secretária de Educação Minas Gerais – Brasil
Kabengele Munanga – Cientista Social e pesquisador – Congo
Michael Olusegun Akinruli – Coordenador do Instituto de Arte e Cultura Yorubá - Nigéria
Sheila Walker – Antropóloga - EUA
Vanicléia Silva Santos - Centro de Estudos Africanos/UFMG - Brasil
14h às 16h - Mesa 03 – Movimentos Sociais, África/ Diáspora
Mediador: Marcos Cardoso - integrante do Comitê Curador do Seminário Mundial das Artes e Cultura Negra e da CONEN - Coordenação Nacional das Entidades Negras
Nilmário Miranda - Secretário de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania de Minas Gerais – Brasil
Epsy Campbell – Deputada – Associación para el Desarrolho de las Mujeres Negras Costarricences - Costa Rica
Gilberto Leal – Coordenação Nacional das Entidades Negras - CONEN – Brasil
Diógenes Dias – Professor - Rede Afro Venezuelana - Venezuela
Fabian Antony – Haiti
Elisa Larkin Nascimento – Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros - Ipeafro – Brasil
16h30 às 18h30 Mesa 04 – África/Diáspora: Economia, Desenvolvimento e Sustentabilidade
Mediador: João Carlos Nogueira – Rede Brasil Afroempreendedor
Jovelina Imperial - Vice Governadora da Província de Luanda – Angola
Dra. Ângela Gomes – Movimento Negro Unificado – Brasil
Viviane Ferreira – Cineasta - Brasil
Bukassa Kabengele – Ator e músico - Brasil
Glenio Martins – Presidente da Emater – Brasil