Realizada pelo Museu Casa Alphonsus de Guimaraens, da Secult, mostra estará aberta até 23 de julho
Uma homenagem aos 150 anos de nascimento de Alphonsus de Guimaraens e também às três cidades mineiras em que o poeta viveu, Ouro Preto, Conceição do Mato Dentro e Mariana, dão vida à exposição virtual Alphonsus: Ruas e Luas. Promovida pelo Museu Casa Alphonsus de Guimaraens em suas redes sociais, a mostra fica em cartaz entre 1º e 23 de julho.
Alphonsus nasceu em Ouro Preto, em 1870, onde morou até 1890 e depois novamente, de 1893 a 1895. No período de 1895 a 1906, o poeta viveu na cidade de Conceição do Mato Dentro. Por fim, passou os anos de 1906 a 1921 em Mariana, onde faleceu.
Para comemorar o sesquicentenário de nascimento de Alphonsus de Guimaraens, celebrado no dia 24 de julho, o Museu Casa Alphonsus de Guimaraens convidou fotógrafos das três cidades onde o poeta viveu para nos ceder imagens produzidas no mesmo ambiente que inspirou a produção artística do poeta. Em um momento iluminado do olhar, assim como Alphonsus de Guimaraens, os fotógrafos transformam suas cidades em poesia.
A exposição Alphonsus: Ruas e Luas está organizada em três módulos:
Módulo I – compreende o período de 1º a 8 de julho, quando serão publicadas imagens de fotógrafos de Ouro Preto;
Módulo II – compreende o período de 9 a 16 de julho, quando serão publicadas imagens de fotógrafos de Mariana;
Módulo III – compreende o período de 17 a 23 de julho, quando serão publicadas imagens de fotógrafos de Conceição do Mato Dentro.
Módulo I – Ouro Preto
No primeiro módulo da exposição virtual Alphonsus: Ruas e Luas, a cidade homenageada é Ouro Preto. Declarada Monumento Nacional (1933) e Patrimônio da Humanidade (UNESCO/ 1980), Ouro Preto é a terra natal de Alphonsus de Guimaraens e a cidade onde passou a infância e adolescência.
Foi em Ouro Preto que Alphonsus começou a trilhar seu caminho na poesia e viveu as alegrias e tristezas do primeiro amor. Na crônica Jacinto – Recordações de Vila Rica (Mendigos – 1920), o autor enumera os amigos e primos companheiros de longas conversas pela madrugada. O ambiente ouro-pretano permeia também os versos de Câmara Ardente (1899) e alguns de Dona Mystica (1899) e Kyriale (1902).
Vila Rica foi a segunda capital de Minas Gerais (1720). Elevada à condição de cidade em 1823, teve seu nome alterado para Ouro Preto, em referência à tonalidade do ouro encontrado na região. Ouro Preto preserva um conjunto arquitetônico colonial que encanta moradores e turistas.
No dia 8 de julho, Ouro Preto completará 308 anos.
Módulo II – Mariana
No segundo módulo da exposição virtual Alphonsus: Ruas e Luas, a cidade homenageada é Mariana. Elevada a Vila de Nossa Senhora do Carmo, em 1711, por ser a principal produtora de ouro daquele período, Mariana foi a primeira capital da Capitania de Minas e São Paulo, a primeira vila e sede do primeiro bispado (1745). A cidade recebeu esse nome em homenagem a Maria Ana D’ Áustria, esposa do rei de Portugal Dom João V. Primeira cidade planejada de Minas, pelo urbanista português Alpoim, a cidade apresenta um centro histórico marcado por linhas retas e praças retangulares, com a arquitetura característica do período colonial. Mariana recebeu, em 1945, o título de Monumento Nacional.
Alphonsus de Guimaraens morou em Mariana por 15 anos, tendo falecido nessa cidade, em 1921. Em Mariana nasceram oito dos seus 15 filhos, inclusive o poeta Alphonsus Filho. Além das atividades de juiz municipal, Alphonsus de Guimaraens era conhecido, pela população, como “Doutor Poeta” e recebeu, dos estudiosos da literatura, a alcunha de o “Solitário de Mariana”. A atmosfera marianense permeia alguns dos seus poemas e crônicas e, principalmente, sobressai em suas correspondências. Em 1911, escreveu a letra do Hino do Bicentenário da Cidade de Mariana, estreitando ainda mais os laços com a cidade. Em 1987, o casarão da Rua Direita, nº 35, última morada do poeta, transformou-se no Museu Casa Alphonsus de Guimaraens.
No dia 16 de julho, Mariana completará 324 anos.
Módulo III – Conceição do Mato Dentro
O terceiro módulo da exposição Alphonsus: Ruas e Luas prestará uma homenagem à cidade de Conceição do Mato Dentro. A exemplo de tantas outras cidades mineiras, a história de Conceição do Mato Dentro está ligada à corrida do ouro, no início do século XVIII. Em 1850, o arraial foi elevado à categoria de vila com a denominação de Conceição. A elevação à condição de cidade ocorreu em outubro de 1851, desta vez, com o nome de Conceição do Serro. Já em 31 de dezembro de 1943, por meio do decreto-lei nº 1058, a cidade passou a se chamar Conceição do Mato Dentro.
Em Conceição do Serro/ Conceição do Mato Dentro, Alphonsus de Guimaraens exerceu o cargo de promotor de justiça e de juiz substituto. Cinco dos 15 filhos do poeta nasceram na cidade, inclusive o escritor João Alphonsus. Ali, Alphonsus de Guimaraens dirigiu, ainda, o periódico semanal O Conceição do Serro, órgão oficial do município.
No dia 8 de dezembro é comemorado o aniversário da cidade.
Museu Casa Alphonsus de Guimaraens
Inaugurado em 1987, o Museu Casa Alphonsus de Guimaraens está instalado na casa em que o escritor Alphonsus de Guimaraens viveu com a família entre os anos de 1913 e 1921. O acervo da instituição é formado por objetos pessoais do poeta, objetos referentes à sua carreira de juiz, fotografias pessoais, sua biblioteca particular, além de documentos textuais, com destaque para os artigos publicados em periódicos, manuscritos de poemas e correspondências.
O Museu exibe a exposição de longa duração Alphonsus de Guimaraens, Poeta do luar, com destaque para a produção literária do autor, suas relações familiares e com a cidade de Mariana.
O Museu Alphonsus de Guimaraens é um equipamento da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais (Secult).
Alphonsus de Guimaraens
Alphonsus de Guimaraens é considerado um dos maiores poetas simbolistas brasileiro. Em vida, Alphonsus de Guimaraens publicou as seguintes obras: Septenário das dores de Nossa Senhora (1899); Câmara Ardente (1899); Dona Mystica (1899); Kyriale (1902); Mendigos (1920). Postumamente foram publicadas as obras: Pauvre Lyre (1921); Pastoral aos Crentes do Amor e da Morte (1923); Escada de Jacó (1938); Pulvis (1938); Poesias (1938, 1946, 1955, 1963); Poesia (1958); Obra Completa ((1960); Cantos de Amor, Salmos de Prece (1972); Os Melhores Poemas de Alphonsus de Guimaraens (1985); Poesia completa (2001); Ismália (2006).
Exposição virtual Alphonsus: Ruas e Luas
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