Obras estruturais visam melhoria na segurança, acessibilidade e promoção das condições ideais para o público e o acervo das instituições (Foto Simone Gallo/Divulgação)
O Arquivo Público Mineiro, criado em 1895, e o Museu Mineiro, inaugurado em 1982, recebem, desde setembro de 2024, um importante projeto de combate a incêndio e pânico de todo o seu complexo cultural, que envolve um conjunto de obras estruturais para melhoria da segurança, proteção, acessibilidade e promoção das condições ideais para o público e o acervo das instituições. O plano, cuja conclusão está prevista para abril deste ano, atende às normas oficiais, para assim receber o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).
A iniciativa, contemplada via Plataforma Semente e coordenada pelo Centro de Apoio Operacional de Meio Ambiente (Caoma), do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), é realizada pela Associação Cultural Arquivo Público Mineiro em parceria com o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).
As obras cobrem uma área de 5.395,02 m² e o investimento no projeto, contemplado na terceira fase do programa Minas Para Sempre, fruto da parceria entre o MPMG e o Governo de Minas, é de aproximadamente R$ 978 mil. Os recursos, destinados pelo MPMG via Plataforma Semente, são oriundos de Medidas Compensatórias Ambientais, que ajudam a viabilizar projetos socioambientais de defesa do meio ambiente natural, cultural e urbanístico.
A execução do projeto de combate a incêndio e pânico abrange os edifícios que custodiam acervos de notoriedade nacional e internacional, além de seus próprios edifícios – Arquivo Público Mineiro e anexo, a Diretoria de Museus e o Museu Mineiro e seu anexo, todos bens tombados pelo patrimônio em nível estadual. O projeto de combate a incêndios e pânico pensado para o complexo cultural do Arquivo Público e Museu Mineiro possui reservatório único, com mais de 30 mil litros de água e sistema de recalque, possibilitando o aumento dessa capacidade caso os bombeiros necessitem. Foram adquiridos 240 metros de tubulação para fazer a interligação do sistema, com acréscimo dos 06 hidrantes internos e sua melhor distribuição, protegendo dessa maneira todo o perímetro.
A escada protegida ganhou novo sistema de ventilação e exaustão. Dessa maneira, possibilitará uma evacuação segura em caso de emergência. Para garantir o caminhamento das pessoas em direção a rota de fuga foram compradas novas luminárias e placas de sinalização. Além disso, destaque para os modernos detectores de fumaça e alarme de incêndios com função de aviso, ajudando na rápida intervenção e socorro mais efetivo.
“As obras de combate a incêndio e pânico representam um compromisso com a segurança e a preservação de um dos maiores acervos históricos do Brasil. A conclusão desse projeto garantirá não apenas a proteção do patrimônio cultural e documental de Minas Gerais, mas também proporcionará melhores condições de acesso e conforto para o público, fortalecendo o papel educativo e científico do Complexo”, ressalta o diretor do Arquivo Público Mineiro, Bruno Balista.
Valorização da memória de Minas
O acervo do Arquivo Público Mineiro é constituído por documentos manuscritos, impressos, mapas, plantas, fotografias, gravuras, filmes, livros, folhetos e periódicos. O APM também dispõe de uma biblioteca especializada em história de Minas Gerais e arquivologia e uma coleção de obras consideradas raras ou preciosas, publicadas entre os séculos XVI e XX. O acervo, fundamental para a valorização da memória do estado, assegura às gerações futuras a possibilidade de contemplar, conhecer e dialogar com cultura e ciência de um tempo histórico.
Já o Museu Mineiro reúne um conjunto bastante diversificado de objetos referentes à história e à produção cultural e artística mineiras. Nas salas de exposição são exibidas obras de artistas consagrados como Manoel da Costa Ataíde, o Mestre Ataíde, Yara Tupynambá, Amílcar de Castro, Jeanne Milde, Inimá de Paula, Lótus Lobo, Guignard, Maria Helena Andrés, Di Cavalcanti, entre outros, além de uma vasta coleção de arte sacra datada dos séculos XVIII e XIX.