Um público de 1200 pessoas assistiu à Filarmônica de Minas Gerais, sob a batuta do maestro associado José Soares, na noite da quarta-feira, dia 5 de março. A Orquestra encerrou o Carnaval da Liberdade com um concerto gratuito e ao ar livre, na Av. Bernardo Monteiro, ao lado do Colégio Arnaldo.
A apresentação faz parte do projeto Via das Artes, realizado pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e da Fundação Clóvis Salgado, com apoio do Instituto Cultural Filarmônica, e também integra o AMA – Ano Mineiro das Artes, programa da Secult.
O repertório da noite foi totalmente dedicado à música brasileira com obras como a Suíte Bossa, peça encomendada pela Filarmônica ao compositor Leonardo Gorosito, para homenagear João Donato e outros grandes nomes da MPB, homenagem à Chiquinha Gonzaga, com seu clássico Corta-Jaca, bem como os clássicos de Luiz Gonzaga, numa Suíte com arranjos de Cyro Pereira.
A Filarmônica de Minas Gerais não deixou de celebrar Minas Gerais, com seu hino quase oficial, junto ao movimento Clube da Esquina, em Milagre dos Peixes. Por fim, Aquarela do Brasil foi a ponte para relembrar os sambas-enredos de Noel Rosa, João Bosco, Paulinho da Viola e Adoniran Barbosa, em outra Suíte de Cyro Pereira. A programação se encerrou com um personagem que faz parte de toda a história da música, Orfeu, em frevo de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.
Para o maestro associado da Filarmônica de Minas Gerais, José Soares, “foi uma alegria poder participar do Encerramento do Carnaval da Liberdade. Com um programa especialmente elaborado para a ocasião, pudemos celebrar, junto ao nosso público, a diversidade das tradições regionais brasileiras dentro do universo da orquestra, com direito a danças, cantos e encantos. Um concerto como esse mostra como uma orquestra está mais perto do nosso cotidiano do que imaginamos, e reforça o compromisso de uma plataforma de cultura como a Filarmônica de Minas Gerais em levar a música de orquestra para cada vez mais pessoas. O Carnaval pode até ter acabado, mas a Filarmônica de Minas está só começando 2025 com muita música pela frente”, ressalta.
Foi a primeira vez que Naila Sofia Pinto Alves, moradora da regional Venda Nova, viu uma orquestra ao vivo. “Eu amei. É incrível. Vim com a minha prima e espero começar a frequentar os concertos na Sala Minas Gerais. Sentir esse clima de carnaval foi maravilhoso”.
Maestro José Soares, Regente Associado da Filarmônica de Minas Gerais
Natural de São Paulo, José Soares é Regente Associado da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde 2022, tendo sido seu Regente Assistente nas duas temporadas anteriores. Venceu o 19º Concurso Internacional de Regência de Tóquio (2021), recebendo, também, o prêmio do público.
Bacharel em Composição pela Universidade de São Paulo, iniciou-se na música com sua mãe, Ana Yara Campos. Estudou com o maestro Claudio Cruz e teve aulas com Paavo Järvi, Neëme Järvi, Kristjan Järvi e Leonid Grin.
Foi orientado por Marin Alsop, Arvo Volmer, Giancarlo Guerrero e Alexander Libreich no Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão. Pelo Prêmio de Regência recebido no festival, atuou como regente assistente da Osesp na temporada 2018.
José Soares foi aluno do Laboratório de Regência da Filarmônica e convidado pelo maestro Fabio Mechetti a reger um dos Concertos para a Juventude da temporada 2019. Dirigiu a Osesp, a New Japan Philharmonic, a Sinfônica de Hiroshima e a Filarmônica de Nagoya, no Japão. Em 2024, conduziu a Orquestra de Câmara de Curitiba, a Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina, retornou à Osesp e às Sinfônicas Jovem de São Paulo e do Rio de Janeiro, e à Sinfônica do Paraná, junto ao Balé do Teatro Guaíra. Em 2025, tem concertos agendados com a Orquestra Sinfônica Brasileira e a Tokyo City Philharmonic Orchestra, no Japão.
Foto: Daniela Paoliello