A Semana Santa é uma das celebrações mais tradicionais, inscrita no calendário nacional e com grande adesão da população brasileira. Em Minas Gerais, ritos centenários são revividos nessa época do ano, em que a reflexão, o autoconhecimento e a comunhão são estimulados em praticamente todas as cidades. Cerca de 160 eventos foram cadastrados no site minasgerais.com.br, demonstrando a diversidade da programação oferecida aos fiéis e turistas. Neste ano, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, criou o Minas Santa, um programa inédito justamente para dar mais visibilidade a essas ações, promovendo os municípios como destinos do turismo cultural e da fé.
“Nós sabemos que a Semana Santa é comemorada nos 853 municípios de Minas Gerais, e em quase a totalidade dos mais de 5 mil distritos. No entanto, não são todas as cidades que possuem uma estruturação para receber turistas e fiéis. O Minas Santa visa a fomentar esse desenvolvimento, estimulando o turismo cultural e da fé, uma vez que a fé também é cultura. Nós estamos acompanhando uma série de encenações que atraem milhares de pessoas e abarcam diversas expressões, como o canto, o teatro e as artes visuais em verdadeiros espetáculos da fé. Esses encontros contemplam a cultura da paz, que se reflete na união e no respeito por todas as religiões”, comenta o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira.
Em Belo Horizonte, no último sábado (8), pela primeira vez, foi realizado um encontro, em frente ao Palácio da Liberdade, que celebrou a cultural gospel, com a presença de pastores evangélicos de Minas Gerais. Houve a apresentação da Orquestra Ministério Cristo Vive, de Nova Serrana. Em seguida, o Coral Movimento Cristão fez o encerramento. Representando o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, o presidente da Fundação Clóvis Salgado, Sérgio Rodrigo Reis, recebeu uma placa em reconhecimento aos serviços prestados e ao apoio à cultura gospel.
Neste domingo (9), na capital mineira, a Guarda de Congo Nossa Senhora do Rosário do bairro Urca, em Belo Horizonte, deu início ao tradicional ritual da cultura de Congado: a abertura do Reinado. A apresentação marca o fim da quaresma - período em que os tambores se mantêm silenciados -, com cânticos, música e dança que comemoram o ressurgimento de Cristo.
O congado ou reinado é uma celebração que reúne elementos da cultura cristã e africana. Tradição secular, o congado cultua a história e os ritos religiosos: é o resgate da memória e símbolo de empoderamento da cultura afro-brasileira, um dos pilares do povo brasileiro. Em Minas Gerais, cerca de mil Guardas, Ternos e festas estão cadastradas, a partir do programa Afromineiridades, realizado pela Secult, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).
Interior
Já em Mariana, no sábado (8), foi realizada a Procissão das Almas, uma tradição que existe há mais de 30 anos. Em Ouro Preto, o Santuário de Nossa Senhora da Conceição foi visitado por muitos fiéis num encontro em que são feitas leituras da Bíblia e é relatado o julgamento e a crucificação de Cristo.
Apesar da chuva, milhares de pessoas participaram da Via Sacra ao Cristo Redentor, que completou 25 anos, em Poços de Caldas, no Sul de Minas. A procissão começou na madrugada de sexta-feira (7) e percorreu 3 quilômetros e 800 metros até o alto da Serra de São Domingos, onde está instalado uma estátua do Cristo Redentor.
Em Sabará, localizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte, os fiéis foram despertados pelo som das matracas na madrugada da sexta-feira (7). Uma multidão atendeu ao chamado para a peregrinação em que a imagem de Nossa Senhora das Dores também foi reverenciada em momentos de orações e homenagens.
Em Januária, no Norte de Minas, as representações dos momentos finais de Jesus também atraíram fiéis desta q última quinta-feira (6).
Em Diamantina, centenas de pessoas acompanharam a Via Sacra na sexta-feira (6). A encenação do percurso feito por Cristo até a crucificação culminou na Catedral Metropolitana da cidade. Os atores representaram com maestria as cenas que marcaram a trajetória de Jesus, desde a condenação até a morte. A encenação da Via Sacra é uma tradição que emociona pessoas de todas as idades e credos. A Via Sacra de Diamantina é um exemplo não só de tradição religiosa, mas também de uma cidade que preserva sua história e suas raízes culturais.