O Conselho Estadual de Política Cultural de Minas Gerais (Consec-MG) completa 10 anos. Implementado em 2012, o órgão teve sua trajetória revisitada no balanço apresentado na última terça-feira (6/12), em reunião realizada na Sala Juvenal Dias, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte. Participaram do encontro a secretária de Estado Adjunta de Cultura e Turismo, Milena Pedrosa, o subsecretário de Estado de Cultura, Igor Arci, membros da gestão atual e predecessoras.
Responsável por viabilizar uma articulação entre sociedade civil e poder público, tendo como prioridade as políticas culturais de Estado, o Consec comemora uma fase de intensa atividade. Dentre as 70 reuniões registradas em ata ao longo de uma década de existência, 33 foram realizadas entre 2020 e 2022, superando os registros de anos anteriores. Isso reflete o estímulo à participação social e o princípio democrático que conduz os trabalhos realizados pelo Consec.
“A importância desse conselho se baseia nessa proposta de diálogo, na construção coletiva que nem sempre é fácil, em razão da diversidade de pensamentos. Mas é bom lembrar que é a partir disso que nós crescemos. Se todos pensássemos do mesmo jeito, não sairíamos do lugar. Nós chegamos até aqui e temos uma série de conquistas para comemorar nesses dez anos. Que nós possamos agora continuar nessa mesma direção, reconhecendo a relevância da cultura para a transformação social e para o fortalecimento do nosso estado”, pontuou a secretária Milena.
O subsecretário Igor Arci também ressaltou alguns pontos da trajetória do Consec-MG, como a implementação do Sistema Estadual de Cultura e, mais recentemente, a criação do projeto de lei Descentra Cultura Minas Gerais, chamando atenção, em seguida, para os próximos passos. “Precisamos criar o nosso regimento interno, e discutir cada vez mais a proposta do Descentra Cultura, que visa democratizar os recursos públicos. Nós já alcançamos parte disso neste ano com os projetos aprovados via lei de incentivo, mas o objetivo do Descentra é ampliar ainda mais esses processo e fazer com que esses mecanismos possam estar disponíveis onde ainda não chegam. E o Consec é parte fundamental disso”, afirmou o subsecretário.
O balanço foi apresentado por José Oliveira Júnior, Diretor de Economia Criativa da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e Suplente do Presidente do Consec, Leônidas Oliveira. Foram sintetizadas as principais questões discutidas desde o início das atividades do Consec, sendo alguns destaques a assinatura de adesão ao Sistema Nacional de Cultura, no biênio 2014-2015 e a implantação da lei do Sistema Estadual, no biênio 2018-2019. Também foram antecipadas algumas das pautas para 2023.
“Dentre os trabalhos e desafios para o ano que vem estão: o próximo processo eleitoral no Consec, a realização da quarta Conferência Estadual de Cultura, a revisão do Plano Estadual de Cultura, a publicação da regulamentação e regimento interno do Consec, além da tramitação e aprovação do projeto de lei Descentra”, listou Júnior.
Na abertura da reunião, o músico Makely Ka, que fez parte do primeiro grupo de conselheiros, representando o setor da música, dividiu o palco com Marcela Bertelli, que hoje exerce esse mesmo papel no Consec. Juntos eles cantaram uma música, dando as boas-vindas aos presentes.
Atualmente, existem 17 representações da sociedade civil e 17 do poder público no Consec. Foram registrados mais de 18 mil votos na última eleição, o que representa aumento um aumento de 378,34% no número de votos.
Histórico do Consec:
O Consec foi criado pela Lei Delegada nº 180, de 20 de janeiro de 2011. É órgão colegiado de caráter consultivo, propositivo, deliberativo e de assessoramento superior da Secult e tem como competência acompanhar a elaboração da política cultural do Estado e sua implantação.
O Consec é presidido pelo Secretário de Estado de Cultura e Turismo e é composto, de forma paritária, por representantes do poder público e da sociedade civil organizada designados pelo Governador do Estado.
O Consec é composto por 34 membros titulares e seus respectivos suplentes, sendo 17 representantes do poder público e 17 representantes da sociedade civil. Os representantes da sociedade civil organizada no Consec serão eleitos dentre pessoas que desenvolvam atividades artísticas e culturais no Estado, para mandato de dois anos, permitida uma recondução, observado o critério da representação das diferentes áreas e segmentos da cultura e garantida a designação do candidato mais votado em cada uma dessas áreas ou segmentos.
São objetivos do Consec, para o pleno exercício dos direitos culturais assegurado a todo indivíduo pelo Estado, em conformidade com as normas de política cultural estabelecidas na Lei nº 11.726, de 30 de dezembro de 1994: Criar condições para que todos exerçam seus direitos culturais e tenham acesso aos bens culturais; Incentivar a criação cultural; Proteger os bens que constituem o patrimônio cultural mineiro; Promover a conscientização da sociedade com vistas à preservação do patrimônio cultural mineiro; e Divulgar o patrimônio cultural mineiro.
Fotos: Secult/Divulgação