Dois projetos expositivos estão em cartaz no Museu Mineiro: "Paralelas", com curadoria de Fátima Miranda, e “De Tudo Que Há No Mundo”, assinado pelo curador Wagner Nardy. O primeiro abrange a mostra coletiva "Drummond Encontra Guignard" e a individual do escultor Marco Aurélio R. Guimarães. Ambas podem ser vistas até 4/12.
"Paralelas" busca evidenciar a qualidade e a diversidade das artes plásticas em Minas Gerais. “Drummond Encontra Guignard” homenageia dois expoentes da fase de amadurecimento do modernismo brasileiro. Cada um deles comentou o mundo à sua maneira – como poesia muda (a pintura) ou como pintura falada (a poesia). Em Minas, as trajetórias do poeta e do pintor se tocam.
Guignard teve sua carreira impulsionada pelo convite de Juscelino Kubitschek, então jovem prefeito de Belo Horizonte. O pintor apaixonou-se pelas paisagens mineiras, em especial por Ouro Preto e suas montanhas. Carlos Drummond de Andrade mudou-se de Minas, mas viveu assombrado pela lembrança de suas montanhas.
Emprestadas de acervos particulares, obras de Jarbas Juarez, Santa, Wilde Lacerda e Yara Tupynambá – alunos de Guignard – têm participação especial na mostra que também traz poemas da jornalista e escritora Lena Bonfim, em torno dos dois homenageados. Participam da coletiva os seguintes artistas: Ângela Costa, Cláudia Guerra, C. Cunha Filho, Demogolet, Fernando Eduardo, Fátima Mirandda, Karol Canto, Letícia Pinto, Lélia Parreira Duarte, Liliane Coelho, Lorena Mascarenhas, Luiz Jahnel, Luiz Pêgo, Mara Martins, Mara Ulhoa, Márcia Valadares, Marcília Mourão, Marcos Esteves, Maria Eugênia Simões, Maria Luiza Drumond, Maria Tereza Penna, Mônica Batitucci, Paulo Apgáua, Pedro Pansica, Raquel Lima, Regina Albergaria, Regina Moraes, Rosiana Ciaudretti, Santto, Ssaraa Dinizz, Vera Sidney e Zanne Neiva.
Já a exposição individual do escultor Marco Aurélio R. Guimarães, por meio de temática variada e referências clássicas, apresenta trabalhos que instigam reflexões sobre o eterno. Segundo Fátima Miranda, “as duas mostras são complementares e propõem formas diferentes de fazer a arte”.
"De Tudo Que Há No mundo"
A exposição apresenta pela primeira vez em uma instituição mineira o trabalho da Marcenaria Olinda. De origem pernambucana, a Marcenaria Olinda é o alter-ego de Fernando Ancil, artista plástico mineiro. Nesta mostra, Ancil concebeu, junto da também artista Ana Paixão, modos de ressignificar o espaço expositivo, transformando-o numa zona não apenas de fruição, mas de prazer, ludicidade e interação. Partindo da tradição das feiras de rua, ainda muito presentes no interior do estado de Pernambuco, a Marcenaria cria no Museu Mineiro a experiência de ser e estar ali.
A Marcenaria Olinda foi criada em 2015 por Fernando Ancil, trata-se de uma oficina de criação em madeira situada no quintal de um antigo sobrado no sítio histórico de Olinda. O espaço abriga máquinas, ferramentas manuais e madeiras de todos os tipos, recolhidas nas ruas e casas que passaram por processos de reforma, restauração ou demolição na cidade. Seus trabalhos transitam entre as artes visuais, o artesanato popular, a arquitetura e o design.
Através de instalação, desenho, escultura, som, fotografia e outras ações estarão presentes no Museu Mineiro os três eixos principais e representativos da produção da Marcenaria Olinda: o popular, o artístico e o contemporâneo, além da essência da pesquisa de Ana Paixão, que se dá a partir da relações inter e extra pessoais Além da curadoria assinada por Wagner Nardy, a exposição “De Tudo Que Há No Mundo” conta com o ensaio crítico do mestre e pesquisador Alex Calheiros, diretor do Museu da Inconfidência, em Ouro Preto.
Fernando Ancil é natural de São João Del Rei/MG, formou-se técnico em Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis pela Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP) e graduou-se em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Trabalhou como professor de Desenho, Escultura e Fotografia na FAOP. Em 2012, fundou o coletivo FACA (antigo Casa Paraisópolis) com Ana Paixão, que além de manter uma produção no campo das artes, atua em trabalhos audiovisuais e produção de livros junto a populações indígenas e projetos de formação em fotografia.
Serviço:
"Paralelas"
Período de visitação: Até 4/12
Horário: De 3ª a 6ª, das 12h às 19h; sáb. e dom., das 11h às 18h
"De Tudo Que Há No Mundo"
Período de visitação: Até 18/12
Horário: De 3ª a 6ª, das 12h às 19h; sáb. e dom., das 11h às 18h
Local: Museu Mineiro (Av. João Pinheiro, 342, Lourdes)
Entrada gratuita
Crédito da foto: Leo Bicalho