No dia 4 de junho, às 18h, na Sala Minas Gerais, a Filarmônica de Minas Gerais explora o repertório sinfônico de Janácek a Liszt, na série “Fora de Série”, que, neste ano, é inspirada nas letras do alfabeto, trazendo as imensas possibilidades existentes de A a Z no universo dos compositores. Com regência do maestro convidado Claudio Cruz, dois poemas sinfônicos compõem a essência deste programa. O “ideal” romântico é explorado por Liszt em “Os Ideais, Poema Sinfônico” e, na obra de Janácek, Tarás Bulba, a memória de um passado glorioso se revela. Em oposição a essas peças, o violoncelista brasileiro Matias de Oliveira Pinto traz a leveza e a graciosidade do Concerto para violoncelo de Kabalevsky. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala Minas Gerais. A capacidade da Sala é de 1.493 lugares.
De acordo com o decreto da Prefeitura de Belo Horizonte (nº 17.943), publicado no dia 28 de abril de 2022, com orientações sobre a prevenção da covid-19 em ambientes fechados, o uso de máscara é opcional na Sala Minas Gerais. Veja mais orientações no “Guia de Acesso à Sala”, no site da Orquestra: fil.mg/acessoasala.
Este projeto é apresentado pelo Ministério do Turismo e Governo de Minas Gerais, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Patrocinadores: Supermix e ArcelorMittal. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de MG, Governo do Estado de Minas Gerais, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
Claudio Cruz, regente convidado
Claudio Cruz é Regente Titular e Diretor Musical da Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo. No Brasil, tem atuado como regente convidado em muitas orquestras, entre elas a Osesp, a OSB e as sinfônicas do Paraná, Porto Alegre e dos teatros Municipal de São Paulo e Nacional Cláudio Santoro. Em outros países, regeu a Sinfonia Varsovia, New Japan Philharmonic, Hyogo PAC Orchestra, Sinfônica de Hiroshima, entre outras. Também no exterior, apresentou-se no Festival de Verão da Caríntia (Áustria) e no Festival Internacional de Música de Cartagena (Colômbia). Em sua discografia estão três álbuns com a Orquestra de Câmara Villa-Lobos, um deles consagrado a obras de Edino Krieger. Com a Sinfônica de Ribeirão Preto, gravou Beethoven e Mozart, aberturas de óperas e obras de Tom Jobim com arranjos de Mario Adnet. O álbum gravado com a Northern Sinfonia e com o renomado violoncelista brasileiro Antonio Meneses, com obras de Elgar e Gál, foi indicado ao Grammy. Gravou Villa-Lobos, Guerra-Peixe e Shostakovich em 2015 e Berlioz e Tchaikovsky em 2016 com a Orquestra Jovem do Estado de São Paulo. Violinista consagrado, foi spalla da Osesp entre 1990 e 2014.
Matias de Oliveira Pinto, violoncelo
Matias é natural de São Paulo, onde iniciou seus estudos musicais e foi aluno de Zigmunt Kubala. Antes de ingressar como bolsista na Fundação Herbert von Karajan, na Academia da Orquestra Filarmônica de Berlim, foi professor na Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Violoncelista premiado na Europa, realizou turnês pelos Estados Unidos, Europa, América do Sul, Israel, Japão, Coreia, Nova Zelândia e Austrália, apresentando-se com orquestras e as mais variadas formações de música de câmara. Solista e camerista requisitado, tem se apresentado com grande sucesso em importantes salas de concerto, como Philharmonie e Konzerthaus de Berlim, e em festivais na capital alemã, em Rheingau, Mecklenburg, Munique e outros países. Professor de violoncelo na Faculdade de Música da Universidade de Münster, Matias é um pedagogo muito solicitado, regularmente convidado a ministrar masterclasses em vários países. É diretor artístico dos festivais de Verden, Alemanha, Patagônia, Chile, e Ouro Branco, Brasil. Recentemente, gravou o Choro para violoncelo e orquestra de Camargo Guarnieri para o selo Naxos Brasil. Possui CDs pelos selos Cello Colors, Academy, Kreuzberg Records, Bella Musica e Hungaroton Classics.
Repertório
Leos Janácek (Hukvaldy, República Tcheca, 1854 – Moravska Ostrava, República Tcheca, 1928) e a obra Tarás Bulba (1915/1918)
Nascido na porção norte da Morávia — território da República Tcheca que, então, pertencia ao Império Austríaco —, próximo à fronteira com a Polônia, Janácek pertencia a uma região com identidades linguística e musical muito particulares. A partir de 1886, interessado pelo folclore de seu país e fazendo-se notar por suas posições políticas exacerbadas pelo controle da região pelo Império Austro-Húngaro (de 1867 a 1918), busca na literatura russa paralelos simbólicos em relação à sua própria realidade. O poema sinfônico épico Tarás Bulba é um importante reflexo de seu temperamento firme e instigante, bem como do frescor de sua modernidade aliado às tradições nacional e romântica. Inspirado no romance homônimo de Nikolai Gogol, o trabalho ganhou sua versão definitiva em 1918 e se concentra nos três momentos mais dramáticos da obra literária: a Morte de Andriy, filho de Tarás, morto pelo próprio pai depois de trair seu povo; a Morte de Ostap, o outro filho, preso e torturado pelos poloneses; e a Profecia e morte de Tarás, capturado e morto por seus inimigos.
Dmitri Kabalevsky (São Petersburgo, Rússia, 1904 – Moscou, Rússia, 1987) e a obra Concerto para violoncelo nº 1 em sol menor, op. 49 (1948/1949)
Escrito entre 1948 e 1949, o Concerto para violoncelo nº 1 em sol menor, op. 49 pertence a uma série de concertos destinada ao uso por jovens musicistas soviéticos. A trilogia para piano (nº 3), para violino (nº 1) e para violoncelo (nº 1) tem como ponto em comum a concisão e a simplicidade temática, o que a tornou acessível a qualquer tipo de público. O Concerto para violoncelo nº 1 em sol menor, op. 49 foi estreado em 1949 por Sviatoslav Knushevitsky.
Franz Liszt (Raiding, Hungria, atual Áustria, 1811 – Bayreuth, Alemanha, 1886) e a obra Os Ideais, Poema Sinfônico nº 12 (1856/1857)
O poema sinfônico foi fixado por Liszt como gênero musical em uma série de treze peças orquestrais, compostas em Weimar, entre 1848 e 1861. A maior inovação da obra de Liszt procede de sua recusa sistemática ao uso da forma sonata. Para ele, tal forma atingira os limites da perfeição nas sinfonias clássicas. Seria, portanto, impossível ir musicalmente à frente sem procurar outros caminhos. Liszt cultivou então a ideia do poematismo: a ordenação do discurso sonoro pela lógica motriz de ideias extramusicais. Cada obra exigia assim uma nova forma, específica, conforme seu conteúdo. A transformação constante do material temático cria a sensação de improvisação ao sabor do momento, alheia à tensão tonal e simetria clássicas. A unidade do poema se estabelece pela utilização, através de toda a obra, de núcleos temáticos. No caso de Os Ideais, por exemplo, o núcleo temático é o intervalo de terça. Em 1857, Liszt apresentou em Weimar duas obras homenageando Goethe e Schiller, respectivamente a Sinfonia Fausto e Os Ideais, o décimo segundo de seus poemas sinfônicos. Os versos de Schiller foram copiados por Liszt na partitura e contemplam os ideais de amor, verdade, amizade; as aspirações, lutas e realizações da vida de um homem comum.
Programa
Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Fora de Série – de Janácek a Liszt
4 de junho – 18h
Sala Minas Gerais
Claudio Cruz, regente convidado
Matias de Oliveira Pinto, violoncelo
JANÁCEK Tarás Bulba
KABALEVSKY Concerto para violoncelo nº 1 em sol menor, op. 49
LISZT Os Ideais: Poema Sinfônico nº 12
INGRESSOS:
R$ 50 (Coro), R$ 50 (Terraço), R$ 50 (Mezanino), R$ 65 (Balcão Palco), R$ 86 (Balcão Lateral), R$ 113 (Plateia Central), R$ 146 (Balcão Principal) e R$ 167 (Camarote).
Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br