No dia 7 de maio, às 18h, na Sala Minas Gerais, a Filarmônica de Minas Gerais explora o repertório sinfônico de Gabrieli a Ippolitov-Ivanov, na série “Fora de Série”, com a regência do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra. Mechetti conta que, ainda no Renascimento, compositores como Gabrieli exploraram a majestade acústica das grandes catedrais escrevendo obras de cunho “estereofônico” para grupos de metais, como na Sonata pian’ e forte. Em Grieg, nota-se a íntima sonoridade das cordas na Suíte Holberg; do pai da sinfonia, Haydn, o público apreciará sua célebre Centésima. O programa se encerra com a inspiração trazida pela música étnica durante o Romantismo em Fragmentos Turcos, de Ippolitov-Ivanov. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala Minas Gerais. A capacidade da Sala é de 1.493 lugares.
A série “Fora de Série” 2022 marca a renovação da parceria entre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e a ArcelorMittal, líder em aço no Brasil e no mundo, por meio de sua Fundação, que atua há mais de 33 anos em três eixos prioritários: Educação, Cultura e Esporte. De acordo com o novo decreto da Prefeitura de Belo Horizonte (nº 17.943), publicado no dia 28 de abril de 2022, com orientações sobre a prevenção da covid-19 em ambientes fechados, o uso de máscara torna-se opcional na Sala Minas Gerais. Veja mais orientações no “Guia de Acesso à Sala”, no site da Orquestra: fil.mg/acessoasala.
Este projeto é apresentado pelo Ministério do Turismo e Governo de Minas Gerais, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Patrocinadores: Supermix e ArcelorMittal. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de MG, Governo do Estado de Minas Gerais, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
Repertório
Giovanni Gabrieli (Veneza, Itália, 1554 – 1612) e a obra Sonata pian' e forte (1597)
Não é possível compreender a música de Giovanni Gabrieli sem considerar o contexto da Veneza do século XVI. Gabrieli nasceu entre 1554 e 1557, período em que a cidade desfrutava do auge do prestígio por ser o principal posto comercial entre o leste e o oeste, além de ser celeiro de arte, política e cultura. No centro da vida musical estava a Basílica de São Marcos, que, desde o século XIV, empregava organistas e dispunha de dois órgãos, além de um órgão positivo, que tomava emprestado quando necessário. Em 1585, depois de já ter trabalhado em Munique, na corte do Duque Alberto V da Baviera, Gabrieli foi designado organista da Basílica e, no mesmo ano, conseguiu outro posto, na Scuola Grande di San Rocco. Na Basílica, Giovanni fez mais do que apenas suceder o tio, Andrea Gabrieli, que cumpria as funções de organista e compositor. Apenas um ano depois de sua chegada, Giovanni começou a publicar os Concertos de seu tio. Rapidamente, percebeu o potencial do grupo de virtuosos que a Basílica tinha desde 1567, que lhe permitia constante experimentação da técnica musical. Além disso, como principal compositor, ele podia contratar cantores e musicistas como freelancer, o que expandiu o alcance e a expressão de suas composições. Parte de sua principal coleção, a Sacrae Symphoniae, de 1597, a Sonata pian’ e forte é um perfeito exemplo de como a música vocal (provavelmente usada primeiro na igreja) pode tornar-se puramente instrumental. Aqui, a música traduz instrumentalmente a ideia do cori spezzati, ou o estilo policoral tradicional de Veneza. O contraste dinâmico é criado pelo uso de coros de solistas e tutti: um coro de solistas resulta em piano, enquanto as seções de tutti são fortes.
Edvard Grieg (Bergen, Noruega, 1843 – 1907) e a obra Suíte Holberg, op. 40 (1884)
Edvard Grieg foi o principal compositor escandinavo de sua geração e o mais importante divulgador da música folclórica de seu país. Nascido em Bergen, na Noruega, em 1843, sua criação se baseia em canções folclóricas e na tradição romântica. Foram os conselhos do violinista Ole Bull que o levaram a perseguir os estudos de piano no Conservatório de Leipzig, Alemanha, onde foi aluno de Richter, Hauptmann, Reinecke e Monscheles. Mas, de volta à Escandinávia, Grieg se estabeleceu em Copenhagen, influenciado pelo compositor Richard Nordraak, que o apresentou às bases de sua composição. Sobre Nodraak, afirmou Grieg: "Foi somente por meio dele que aprendi a conhecer as melodias norueguesas e a minha própria natureza". A Suíte Holberg, op. 40 foi criada em 1884 em celebração ao bicentenário de nascimento de Ludvig Holberg, filósofo, escritor e humorista dinamarquês. Aclamado como um Molière do Norte, Holberg nasceu na Noruega e passou parte da vida na Dinamarca (assim como Grieg). Os cinco movimentos da Suíte foram escritos originalmente para piano e rearranjados para orquestra de cordas no ano seguinte. Neste trabalho, Grieg toma emprestada a forma da suíte barroca, com seus tradicionais movimentos de dança francesa, e os reinterpreta sob as lentes da linguagem neoclássica.
Franz Joseph Haydn (Rohrau, Áustria, 1732 – Viena, Áustria, 1809) e a obra Sinfonia nº 100 em Sol maior, Hob. I:100, "Militar" (1793)
A produção sinfônica de Haydn é pródiga e acompanha-o por toda a vida. Foram cento e seis sinfonias, a primeira datando de 1757 e a última, de 1795. As Sinfonias Londrinas, compostas entre 1791 e 1795, marcam um período de maturidade e de decantação do estilo haydniano. Constituem dois grupos: o primeiro, de números 93 a 98, composto durante a primeira visita de Haydn à Inglaterra, quando recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Oxford; as sinfonias do segundo grupo, 99 a 104, foram compostas em Viena e Londres, para a sua segunda viagem à Inglaterra. Pertence a este grupo, portanto, a Sinfonia nº 100. Escrita entre 1793 e 1794, seu apelido ("Militar") deriva do uso, no segundo movimento, de evocações de fanfarras com trompetes e efeitos da percussão. Estes também retornam ao final do último movimento, colorindo a orquestração dos tutti. Com o bom humor que o acompanhou por toda a vida e que transparece também em sua obra, Haydn sabe, na Sinfonia nº 100, transcender à regra sem transgredi-la, confirmando sua aderência completa à linguagem do Classicismo.
Mikhail Ippolitov-Ivanov (Gatchina, Rússia, 1859 – Moscou, Rússia, 1935) e a obra Fragmentos Turcos, op. 62 (1930)
Mikhail Mihaylovich Ippolitov-Ivanov nasceu em 1859 em Gatchina, cidade próxima de São Petersburgo, na Rússia. Filho de um mecânico, sua origem e classe social difere de boa parte dos compositores nacionalistas russos, que geralmente vinham de famílias mais privilegiadas. Entre 1872 e 1875, frequentou as classes do coral de meninos da Catedral de Santo Isaac; em 1875, foi admitido no Conservatório de São Petersburgo. Pupilo de Rimsky-Korsakov, amigo de Tchaikovsky, Ippolitov-Ivanov frequentou algumas reuniões do Grupo dos Cinco, lideradas por Mily Balakirev. Já no fim da vida, o interesse do compositor pela música folclórica dos turcos ocidentais e dos árabes, bem como dos usbeques, cazaques e turcomenos, resultou em alguns trabalhos. Escritos em 1930, os Fragmentos Turcos, op. 62 oferecem elementos destas origens. A obra foi dedicada à soprano azerbaijanesa Shevket Mamedova.
Programa
Fora de Série – de Gabrieli a Ippolitov-Ivanov
7 de maio – 18h
Sala Minas Gerais
Fabio Mechetti, regente
GABRIELI Sonata pian´e forte
GRIEG Suíte Holberg, op. 40
HAYDN Sinfonia nº 100 em Sol maior, Hob. I:100, "Militar"
IPPOLITOV-IVANOV Fragmentos Turcos, op. 62
INGRESSOS:
R$ 50 (Coro), R$ 50 (Terraço), R$ 50 (Mezanino), R$ 65 (Balcão Palco), R$ 86 (Balcão Lateral), R$ 113 (Plateia Central), R$ 146 (Balcão Principal) e R$ 167 (Camarote).
Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Bilheteria da Sala Minas Gerais
Horário de funcionamento
Dias sem concerto:
3ª a 6ª — 12h a 20h
Sábado — 12h a 18h
Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:
— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana
— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado
— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo
Imagem: Eugênio Sávio