Evento é fruto de parceria entre Consulado Honorário de Luxemburgo em Minas Gerais, Embaixada de Luxemburgo e Secretaria de Estado de Cultura e Turismo
A primeira edição do Festival Brasil-Luxemburgo celebra os 100 anos de relação entre os países – marcada pela siderurgia mineira no século XX – com várias atividades, a partir deste sábado (26/2), em Belo Horizonte. Realizado pelo Consulado Honorário de Luxemburgo em Minas Gerais, com apoio da Embaixada de Luxemburgo e da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), o evento vai revelar também aspectos pouco conhecidos da trajetória da colônia luxemburguesa no Brasil, por meio de documentário e exposição que permitem, de forma inovadora e interativa, a participação do público com fornecimento de arquivos, dados e imagens para uma construção histórica coletiva. O festival começa 9h30, no cine Belas Artes, e também terá cerimônia às 12h no Palácio da Liberdade.
A parceria entre Secult e Luxemburgo foi firmada em novembro do último ano, com a assinatura de protocolo de intenções Secretaria e a Embaixada de Luxemburgo, em reunião realizada pelo secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, e o embaixador de Luxemburgo no Brasil, Carlo Krieger.
O festival multicultural Brasil Luxemburgo será pautado na histórica relação entre os dois países, em especial na trajetória da mineração e da siderurgia, abordando múltiplos conceitos relacionados à memória afetiva da gente mineira e dos brasileiros em geral, a partir das lembranças dos moradores mais antigos do bairro Luxemburgo, um dos mais centrais e tradicionais de Belo Horizonte. O intuito do evento é valorizar a produção cultural e artística mineira e favorecer a ascensão produtores culturais e artistas brasileiros na Europa e a divulgação de aspectos ainda desconhecidos da história da relação entre os países. Totalmente gratuito, o evento terá apresentações musicais, exibição de filmes e fotografias.
Programação
O evento acontece com transmissão ao vivo para Esch-Alzette, a segunda maior cidade de Luxemburgo que, na mesma data, será nomeada Capital Europeia da Cultura. A programação se estende por toda manhã, com apresentação musical da Orquestra Sesiminas Musicoop, exposição transmídia e pré-estreia do documentário interativo “A Colônia Luxemburguesa”, no Cine Belas Artes.
A partir de 4 de março, o público de todo Brasil pode viajar pela história cultural e comercial das relações entre Minas e Luxemburgo pela plataforma digital (www.colonia.lu). Um dia antes, em 3 de março, com exclusividade, os mineiros têm acesso a esse percurso, por meio de um quiosque de aço instalado no jardim do Palácio da Liberdade. O espaço intitulado [L]AÇO – referência à siderurgia, ao afeto e à memória – abrigará na data, de 9h às 16h, uma exposição transmídia gratuita (ingressos no Sympla), com iPads que conectam, de maneira interativa, ao documentário “A Colônia Luxemburguesa”. O filme foi dirigido pela historiadora Dominique Santana (LUX) e produzido pela Samsa Film - maior produtora cinematográfica de Luxemburgo, com mais de 50 prêmios internacionais, dentre eles, três indicações ao Oscar em 2021, Cannes e sucessos emplacados na Netflix, como a aclamada série intitulada, no Brasil, Os segredos de Manscheid.
E o Festival continua de 9 de março até outubro de 2022, em João Monlevade (MG) – símbolo da siderurgia em Minas, com grande influência luxemburguesa. A localidade recebe exposição de fotografias históricas sob curadoria de Clarice Fonseca, que também assina a produção do evento. A artista plástica brasileira-luxemburguesa Joanna Scharlé expõe, na Prefeitura da cidade, uma série inédita com recorte na sua produção mais recente, mesclando pintura em acrílica, nanquim e telas produzidas com técnica mista. O quiosque de aço que carrega a exposição transmídia também será montado na Praça do Povo, em João Monlevade (MG). Ao lado da estrutura, uma padaria produzirá, durante o Festival Brasil-Luxemburgo, o bolinho de carnaval - típico quitute da culinária luxemburguesa, com receita exclusiva desenvolvida pela embaixatriz Nicole Krieger.
Além de trechos do documentário, é possível visitar também pela plataforma, um mapa interativo e animado de João Monlevade da década de 1950, com fotografias, filmes históricos, e ter acesso ainda a micro-histórias de alguns personagens que resgatam as memórias da colônia luxemburguesa, em Minas. “A proposta é construir uma obra coletiva. As pessoas podem inclusive acrescentar e editar o conteúdo. Por exemplo, quando aparece uma foto com dois personagens que nós da equipe não identificamos, o próprio usuário pode conhecer e adicionar a informação, seja no site www.colonia.lu ou presencialmente nas instalações do [L]AÇO. Tudo o que a gente conseguir juntar de imagens, dados e informações da época, trabalhando de forma colaborativa, vamos, aos poucos, avançando nesse patrimônio co-criado digitalmente”, explica a organização do evento.