Nos dias 21 e 22 de outubro, às 20h30, na Sala Minas Gerais, a Filarmônica de Minas Gerais recebe o maestro e violinista convidado Cláudio Cruz. No repertório das duas noites, Cauchemar, de Braga; Concerto para violino nº 3 em Sol maior, K. 216: “Estrasburgo”, de Mozart, com solo do próprio Cláudio Cruz; Ferrabrás, D.796: Abertura, de Schubert e a Sinfonia nº 5 em Ré maior, op. 107, “Reforma”, de Mendelssohn.
O concerto terá presença de público e a venda de ingressos está disponível no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala Minas Gerais. O concerto também terá transmissão ao vivo pelo canal da Filarmônica no YouTube.
Em consonância com as normas da Prefeitura de Belo Horizonte publicadas em setembro/2021, sobre a prevenção da covid-19 em casas de espetáculo, a Sala Minas Gerais trabalha com ocupação de 50% da sua capacidade, podendo receber até 749 pessoas em suas apresentações. A capacidade total da Sala é de 1.493 lugares. O acesso à sala de concertos será encerrado cinco minutos antes do horário da apresentação; assim, as portas serão fechadas às 20h25.
Durante o intervalo das apresentações serão realizados os Concertos Comentados, palestras em que especialistas comentam o repertório da noite. A curadoria do projeto é do percussionista da Filarmônica, Werner Silveira, e o convidado é o spalla associado da Orquestra, Rommel Fernandes.
Este projeto é apresentado pelo Ministério do Turismo, Governo de Minas Gerais, Instituto Cultural Vale e Cemig, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de MG, Governo do Estado de Minas Gerais, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
Cláudio Cruz, regente e violinista convidado
Cláudio Cruz é Regente Titular e Diretor Musical da Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo. No Brasil, tem atuado como regente convidado em muitas orquestras, entre elas a Osesp, a OSB e as sinfônicas do Paraná, Porto Alegre e a do Municipal de São Paulo. Em outros países, regeu a Sinfonia Varsovia, New Japan Philharmonic, Hyogo PAC Orchestra, Sinfônica de Hiroshima, entre outras. Também no exterior, apresentou-se no Festival de Verão da Caríntia (Áustria) e no Festival Internacional de Música de Cartagena (Colômbia). Em sua discografia estão três álbuns com a Orquestra de Câmara Villa-Lobos, um deles consagrado a obras de Edino Krieger. Com a Sinfônica de Ribeirão Preto, gravou Beethoven e Mozart, aberturas de óperas e obras de Tom Jobim com arranjos de Mario Adnet. O álbum gravado com a Northern Sinfonia e com o renomado violoncelista brasileiro Antônio Meneses, com obras de Elgar e Gál, foi indicado ao Grammy. Violinista consagrado, foi spalla da Osesp entre 1990 e 2014.
Repertório
Francisco Braga (Rio de Janeiro, Brasil, 1868 – 1945) e a obra Cauchemar (1895)
“Tive um sonho, que não há entendimento humano capaz de dizer que sonho foi. Olhos humanos jamais viram, ouvidos humanos jamais ouviram, os sentidos não podem conceber, nem a língua exprimir o que foi que sonhei”. Assim o tecelão Bottom desperta, confuso, em Sonho de uma noite de verão, de William Shakespeare. O trecho, uma vã tentativa de definição do sonho, foi entendido por Francisco Braga como alegoria de um pesadelo enigmático e sem significação. Ele utilizou esse fragmento da fábula como epígrafe do poema sinfônico Cauchemar (pesadelo, em francês), que compôs em Paris, em 1895. Cauchemar é uma obra representativa da primeira fase de Francisco Braga, de pura influência francesa, e coroa o período de cinco anos em que foi discípulo do compositor Jules Massenet. Aos vinte e sete anos, ao final de seu curso no Conservatório de Paris, regeu, na Galerie des Champs Elysées, um programa de obras exclusivamente de compositores brasileiros, estreando então seu Cauchemar.
Wolfgang Amadeus Mozart (Salzburgo, Áustria, 1756 – Viena, Áustria, 1791) e a obra Concerto para violino nº 3 em Sol maior, K. 216, "Estrasburgo" (1775)
A obra de Mozart é prodigiosamente pródiga, se considerarmos os seus apenas trinta e cinco anos de vida! O principal de sua obra são, sem dúvida, suas óperas e suas missas. Seu trabalho instrumental tem destaque na música vocal, a que sempre se dedicou. Esse modelo transparece nos cinco concertos para violino de Mozart, de 1775, quando o compositor residia ainda em Salzburgo, onde ocupava o posto de mestre de concertos da Corte Arquiepiscopal. Essas obras, provavelmente, dedicavam-se a eventos da Corte. Mozart não se mostra, no entanto, alheio às possibilidades do violino e, sem grandes arroubos de virtuosidade, sabe explorar, nesses concertos, a sua linguagem. O luminoso Concerto em Sol maior, terceiro dos cinco, não traz maiores novidades formais ou melódicas. Trata-se de um concerto bem ao gosto do modelo clássico, com três movimentos bastante distintos: o primeiro em forma sonata; o segundo, um adágio de modelo nitidamente vocal; e o terceiro, um rondó final. É de se notar o diálogo que o violino trava com o oboé no primeiro movimento. E igualmente notável é o final do último movimento, que, ao invés de brilhante, opta por ser, por assim dizer, delicado, o que lhe reforça o caráter de dança. Impossível comentar mais o que uma música tão sólida já diz por conta própria, como tudo em Mozart.
Franz Schubert (Viena, Áustria, 1797 – 1828) e a obra Ferrabrás, D. 796: Abertura (1823)
Schubert completou nove óperas, das quais apenas duas singspiel, A flauta mágica e Os irmãos gêmeos, ganharam os palcos com o autor ainda vivo. Sua mais ambiciosa obra operística, Ferrabrás, não foi recebida com entusiasmo em Viena quando finalizada, em 1823. Tendo como base o libreto de Josef Kupelwieser, irmão de um amigo do compositor, Leopold Kupelwieser, a ópera em três atos foi considerada não encenável e o libreto, pretensioso. Com quatro trompas e três trombones, a Abertura, no entanto, foi uma das peças de Ferrabrás que ganhou as salas de concerto. O enredo se passa no tempo de Carlos Magno e conta a história do nobre cavaleiro mouro Ferrabrás. A Abertura é inflada com a urgência, ternura e ousadia da história, por sua introdução imponente e dramática.
Felix Mendelssohn (Hamburgo, Alemanha, 1809 – Leipzig, Alemanha, 1847) e a obra Sinfonia nº 5 em Ré maior, op. 107, "Reforma" (1830, revisão 1832)
Com o advento dos concertos pagos, o Romantismo trouxe para a música a ideia do artista independente, genial, respeitado e endeusado pelo público. Um dos músicos mais festejados de sua época, Felix Mendelssohn exemplifica essa nova ordem social. Filho de um poderoso banqueiro israelita, menino prodígio, recebeu uma educação sofisticada, abrangendo ciências, artes e o melhor do cânone da música ocidental. Suas obras aliam a elegância e o refinamento da escrita clássica a um espírito já romântico que se mantém sincero, bem-comportado, às vezes idílico. Na Sinfonia nº 5, Mendelssohn emprega algumas melodias tradicionais da liturgia luterana, visando à celebração, em Augsburgo, do tricentenário da Reforma de 1530 – entre elas, o coral utilizado por Bach, em 1730, para a mesma comemoração. Por motivos políticos, a Sinfonia só estreou em 1832, em Berlim, regida pelo próprio compositor. Como maestro, Mendelssohn foi ousado e exerceu forte influência na vida musical de seu tempo. Reapresentou a Paixão segundo São Mateus de Bach, exatamente um século após sua estreia; revelou ao público a Grande Sinfonia em Dó maior de Schubert e divulgou, em primeiras audições, a música renovadora de Schumann, cuja carreira incentivou incondicionalmente.
Programa
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
Série Allegro
21 de outubro – 20h30
Sala Minas Gerais
Série Vivace
22 de outubro – 20h30
Sala Minas Gerais
Cláudio Cruz, regente e violinista convidado
BRAGA Cauchemar
MOZART Concerto para violino nº 3 em Sol maior, K. 216: “Estrasburgo”
SCHUBERT Ferrabrás, D. 796: Abertura
MENDELSSOHN Sinfonia nº 5 em Ré maior, op. 107, “Reforma”
Ingressos::
R$ 50 (Coro), R$ 50 (Terraço), R$ 50 (Mezanino), R$ 60 (Balcão Palco), R$ 80 (Balcão Lateral), R$ 105 (Plateia Central), R$ 135 (Balcão Principal) e R$ 155 (Camarote).
Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Funcionamento da bilheteria:
A bilheteria funcionará em horário reduzido
— De terça-feira a sábado – 13h a 19h
— Terça, quinta e sexta-feira com concerto – 15h a 21h
Cartões e vale aceitos:
Cartões das bandeiras American Express, Elo, Hipercard, Mastercard e Visa
Vale-cultura das bandeiras Ticket e Sodexo
Imagem: Jeferson Collacico