Estão abertas as inscrições para a primeira residência musical de 2018 do “Territórios de Invenção: Residências Musicais". Promovido pela Fundação de Educação Artística (FEA) e a Secretaria de Estado de Cultura, por meio do programa Música Minas, o projeto desembarca em Contagem com a residência musical dos artistas do “O Grivo”. Os interessados em participar dessa fase têm até o dia 25 de junho para realizarem a inscrição online nas mídias sociais do projeto (facebook: /residenciasmusicais e instagram: @residenciasmusicais). As vagas são limitadas e gratuitas. A residência acontece de 9 a 19 de julho, na Secretaria Municipal de Cultura - Espaço das Artes.
Foto: Carlos Alberto
De acordo com Marcos Moreira, um dos integrantes do “O Grivo”, ao contrário de uma oficina, que é um espaço previamente mapeado, a residência é um espaço aberto, a ser construído e descoberto. “O fluxo de criação dos dez dias de convívio com os artistas vai depender do envolvimento e do desejo de cada participante, pois tudo é construído na hora e em conjunto", explica Marcos. Segundo ele, o ponto de partida para a primeira residência do "Territórios de Invenção", cujo tema é Som e Improvisação , é a pesquisa de sonoridades e de mecanismos pouco convencionais. "A prática é conduzida pelo “O Grivo” desde 1990 e pode se desdobrar em trilhas para cinema e instalações artísticas. Mas nosso foco aqui é o processo", lembra.
A 2ª edição do projeto “Territórios de Invenção: Residências Musicais” vai promover, de julho a outubro, residenciais artísticas em seis cidades do estado para compartilhar práticas e processos de criação em música e performance com artistas e estudantes mineiros. Além da região metropolitana, o projeto contempla ainda os municípios de Varginha (30 de julho a 10 de agosto, com as residências de Joana Queiroz e Rafael Martini), Juiz de Fora (20 a 31 de agosto, com Marina Cyrino e Matthias Koole), São João Del Rei (3 a 14 de setembro, com Elise Pittenger e Fernando Rocha (Duo Qattus) | Felipe José), Araçuaí (17 a 28 de setembro, com Titane e Makely Ka) e encerra em Araguari (15 a 26 de outubro, com Edson Fernando e Ricardo Passos).
Para o secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo, a iniciativa constitui um dos pontos mais positivos do programa Música Minas. "As Residências enriquecem o Música Minas e provocam desdobramentos importantes em vários centros musicais do Estado", pontua o secretário, que também ressalta o fato de as propostas ocuparem de uma forma diferente os espaços formais de ensino da música e espaços culturais públicos das cidades. "É uma conjugação extremamente produtiva do potencial dos conservatórios e escolas superiores com os estímulos inovadores da Fundação de Educação Artística", explica.
De acordo com Patrícia Bizzotto, uma das coordenadoras artísticas do “Territórios de Invenção”, a iniciativa promove a interação entre diversos agentes da música mineira, permitindo uma ampla troca de experiências entre os participantes. “A continuidade deste projeto, que teve sua primeira edição em 2016, fortalece a aproximação entre estudantes e artistas de várias partes do estado, construindo assim uma ampla rede criativa de experimentação e saberes musicais em Minas”, explica. Patrícia, que também é musicista e pesquisadora, ressalta que o objetivo é menos o resultado e mais o processo criativo desenvolvido ao longo das residências. “Além de difundir a criação musical contemporânea mineira, o projeto vai provocar encontros, afetos e estímulos para a percepção e a invenção de linguagens e de espaços sonoro-musicais", acrescenta.
Discussões sobre a construção e destruição de paisagens sonoras, como também sobre o reflexo do caos ambiental nas formas urbanas de escuta permeiam a edição 2018 do projeto. Segundo Lúcia Campos, também coordenadora artística do “Territórios de Invenção”, “as residências têm um espaço-tempo intensivo e urgente de experimentação, de criação, através da prática musical e da escuta aberta e ativa sobre cada local, cada cidade, bem como seus espaços, suas paisagens, seus habitantes, suas tensões e fricções”.
Com 55 anos completados em maio de 2018, a FEA é reconhecida nacionalmente por promover, estimular e difundir a música contemporânea em nível de prática, pesquisa e investigações de linguagens. Nesse sentido, a diretora da Fundação de Educação Artística, Berenice Menegale, considera que "‘Territórios de Invenção’ é um momento de estímulo para os músicos das cidades-residências , um sopro de renovação, oportunidade de contatos enriquecedores, ocasião para descobertas e um salto para o futuro da arte", diz.
CONTAGEM - RESIDÊNCIA MUSICAL “SOM E IMPROVISAÇÃO” COM ARTISTAS DO O GRIVO
A residência em Contagem, na região Metropolitana, tem como proposta a criação e montagem de um repertório inicial de improvisações musicais por meio da investigação e procura por sons pouco convencionais e de pesquisas com amplificação e transformações sonoras através de recursos eletrônicos. Por meio da apreciação de alguns trabalhos musicais e audiovisuais (filmes, instalações, instalações sonoras, vídeos), a residência pretende também discutir a função e as diferentes formas de utilização do som concreto (sons de máquinas, objetos e de sons gravados nos mais diversos ambientes) na construção de um diálogo com a música improvisada. Todo o material será reunido e apresentado em um concerto/performance ao final da etapa. O público-alvo são candidatos a partir de 18 anos, tendo ou não experiência artística.
MÚSICA MINAS
A 1ª edição do projeto “Territórios de Invenção: Residências Musicais”, parte integrante do Música Minas, percorreu seis cidades ao longo de junho a novembro de 2016 e teve cerca de 180 participantes em todas as residências artísticas promovidas. O resultado de todo esse trabalho foi apresentado no dia 23 de maio de 2017, no Cine Humberto Mauro, com o lançamento do livro “Territórios de Invenção: por uma formação musical expandida”, publicação organizada pela pesquisadora Lúcia Campos, e a exibição do documentário “Territórios de Invenção”, produzido pelo cineasta Pedro Aspahan, que traz os encontros e os processos coletivos de composição realizados durante as residências.
Em 2017, o Música Minas, em seu escopo de intercâmbio e circulação musical, contemplou 53 propostas, e garantiu a circulação de 194 pessoas. Artistas mineiros levaram a música produzida em Minas Gerais aos cinco continentes do mundo. O Japão recebeu o duo Alexandre Andrés e Rafael Martini para o lançamento do álbum Hura. A Coréia do Sul foi o destino da artista Jennifer Souza, que apresentou canções de seu trabalho "Impossível Breve". O famoso festival de jazz de Montreux, na Suíça, por onde passaram grandes nomes da música, como Nina Simone, Ella Fitzgerald e Elis Regina, foi palco para o guitarrista de Ribeirão das Neves, Expedito Inácio Andrade. A banda ouro-pretana Seu Juvenal, que comemorou no ano passado 20 anos de estrada, excursionou pela primeira vez na Europa, tocando na República Tcheca, Polônia e Eslováquia. A Argentina deu voz à música produzida em Minas Gerais com uma série de apresentações do Araçá Quarteto de Choro, grupo de Poços de Caldas. O programa da Secretária de Estado de Cultura também foi responsável por levar o professor de violão Ricardo Novais a Guiné-Bissau, na África, para ensinar violão à crianças e adolescentes carentes. O convite partiu do “Projeto Educando”, escola que atende cerca de 150 pessoas na cidade de Gabu, região leste do país. Essas são apenas algumas das inúmeras propostas contempladas ao longo de 2017. Em 2015 e 2016 o edital viabilizou 111 projetos, promovendo a viagem de 349 integrantes da cadeia criativa e produtiva da música.
FUNDAÇÃO DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA
A Fundação de Educação Artística - FEA - é uma entidade sem fins lucrativos, de forte cunho social, com penetração em todas as classes sociais, que tem como objetivo contribuir para a democratização, o aprimoramento e a atualização do ensino das artes e, em particular, da música. Criada, em maio de 1963, por um grupo de artistas e intelectuais mineiros, apresentou-se, desde sempre, como um centro de experimentação, renovação e difusão artística de base cultural ampla.
No âmbito educacional, merece destaque o papel desempenhado pela FEA no processo de atualização do ensino musical, não só em Belo Horizonte, como também em diversos centros de formação do País. Por valorizar o intercâmbio entre as artes, a Fundação de Educação Artística mantém-se sempre aberta a novas ideias, experimentações, pesquisas e é, essencialmente, uma defensora contumaz da música de nosso tempo.
SERVIÇO
ETAPA CONTAGEM - Territórios de Invenção: Residências Musicais
"Som e Improvisação" - O Grivo
Data: 9 a 19 de julho
Local: Secretaria Municipal de Cultura - Espaço das Artes (Rua: Presidente Kennedy, 235 - Centro)
Inscrições gratuitas: até 25 de junho, por meio de preenchimento de ficha de inscrição online disponível nas mídias sociais do projeto facebook: /residenciasmusicais | instagram: @residenciasmusicais
Vagas limitadas
MAIS INFORMAÇÕES
Beatriz França | (31) 9.9733-3127 e João Marcos Veiga | (31) 9.8788.4534
(RIZOMA COMUNICAÇÃO) - Email: rizomaimprensa@gmail.com
ou pelas mídias sociais do projeto:
facebook.com/ResidenciasMusicais | instagram: @residenciasmusicais
Trailer do filme "Territórios de Invenção" - 1ª edição: