Mais de trinta e seis horas de programação com oficinas, espetáculos, exposições, lançamento de livros e intervenções marcaram os três primeiros dias da Semana da Inconfidência em Conexões, promovida pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo, e Prefeitura de Ouro Preto. O público de todas as idades participou das atividades que conectaram a região da praça Tiradentes, os bairros Antônio Dias, Alto das Dores, Padre Faria e o Distrito de Antônio Pereira.

A programação teve início na sexta-feira, dia 14, no Núcleo de Arte & Ofícios da Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop), no bairro Antônio Dias. Parceiros, representantes de projetos e lideranças de movimentos culturais do município estiveram presentes para marcar a abertura das atividades. A primeira delas foi o “Sextas Abertas”, projeto multicultural realizado pelo Núcleo de Arte & Ofícios da Faop. Crianças, jovens e adultos vivenciaram intensa programação com oficinas de capoeira, desenho e pintura, meditação, bordado, culinária, além de atrações na Praça do Antônio Dias, onde foi organizada feira artística com produtores locais.

Ainda na sexta-feira, a Conexão com o Festival de Histórias – fHist, (projeto que aconteceu pela primeira vez em Ouro Preto), trouxe o tema “Histórias que não podemos esquecer”. O Caminhão Museu da UFMG foi estacionado no centro da praça Tiradentes e recebeu estudantes de escolas municipais, moradores e turistas para a exposição “Itinerários da Independência”. Por meio de visita guiada, o público teve a oportunidade de conhecer o acervo digital, biblioteca e sala de realidade aumentada, promovendo um mergulho na história de Minas e da Inconfidência Mineira. 

A praça mais famosa de Ouro Preto testemunhou também um aulão, que teve como um dos temas os 20 anos da Lei 10.639, que garante a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas públicas e particulares do ensino fundamental. A atividade reuniu lideranças, educadores, estudantes e representantes de movimentos culturais, além de moradores e turistas. 

Depois do aulão, a praça foi tomada pela conexão com o SambaPreto, única escola afrocentrada de Ouro Preto, que proporcionou ao público vivência com a linguagem dos tambores e fazendo ecoar a resistência e a representatividade da luta em prol da equidade racial.

A poucos metros dali, o anexo do Museu da Inconfidência sediou uma série de palestras e de debates ligados ao fHist, além do lançamento do livro “Histórias não contadas: sacerdotisas voduns e Rainhas do Rosário”, de Moacir Maia e Aldair Rodrigues. A banda Macondos encerrou o primeiro dia do evento na Praça Tiradentes.

Programação intensa no final de semana
O dia seguinte, sábado (15), foi marcado pelo início da conexão com as escolas públicas. Foi organizada na Escola Estadual do Distrito de Antônio Pereira roda de tambores, além de bate-papo com alunos e professores, comandado por Diego Fernandez, diretor da Escola Música e Casa de Arte SambaPreto. Estudantes tiveram a oportunidade de vivenciar as batidas e ritmos no instrumento.

O Festival de História (fHist), ainda no sábado, seguiu com atividades para levar o público a reflexão sobre a história brasileira a partir da Independência do país. O Caminhão Museu seguiu aberto durante todo o dia, na praça Tiradentes, recebendo moradores e turistas para conhecer o seu acervo.

Marcelino Xibiu, escritor e contador de histórias, encantou crianças e adultos com o seus “Causos do Braseiro”. Ele destacou histórias do imaginário ouro-pretano e apresentou a obra “Abraços”, que tem o artista como um dos autores. A atividade, conectada com o projeto Estação das Histórias, reuniu o público na Praça Tiradentes.   

Depois do pôr-do-sol, a Praça foi tomada pelo brilho dos integrantes da Associação Desportiva e Cultural Cativeiro de Ouro Preto, que atraiu grande público em torno do cortejo e apresentação da “Berimbalada”, com roda de capoeira. Foi a primeira atração do projeto “Já Raiou a Liberdade - Os Sons do Brasil”. O sábado encerrou com a programação do fHist. No palco da Praça Tiradentes, a cantora Silvia Gomes animou o público com o seu o show “Benção em vida”.

O domingo (16) foi animado do início ao fim. Não faltou diversão para a criançada no “Dia de Brincar” nos bairros Padre Faria e Alto das Dores. No primeiro, as atividades começaram com um passeio brincante pelas ladeiras. A ideia era convocar crianças e adultos para uma manhã de diversão na Pracinha do Padre Faria e no quintal da Casa de Cultura do bairro. A programação reuniu atividades do projeto Eco das Artes. Teve Ateliê Aberto, brincadeiras tradicionais, comanda por Leo Ladeira, além de vivência de tambores com a escola Conexão SambaPreto e contação de história com Juvenal Bernardes.

À tarde, no anfiteatro do Alto das Dores, a diversão foi replicada com Leo Ladeira e a “Máquina de Brincar”. O ateliê do Eco das Artes colocou crianças e adultos para esbanjar criatividade nas pinturas sob uma grande árvore. A trilha sonora do Alto das Dores, durante à tarde, foi animada pelo dj Dah Fiorini. A noite chegou com o esperado Pagode da Resenha, comandado por Maurício Sereno, que colocou grande público para sambar e se divertir no local que é mais um belo mirante de Ouro Preto.

O cantor, compositor e multi-instrumentista Sérgio Pererê se encarregou de encerrar o fim de semana em um show emocionante no Museu Boulieu, como parte da programação do Festival Já Raiou a Liberdade – Os Sons do Brasil.

As atividades da Semana da Inconfidência em Conexões seguem até sexta-feira, dia 21, o Dia de Tiradentes, com shows e atividades culturais em escolas públicas de Ouro Preto.

Foto: Luciano Almeida