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Seminário promovido pelo Iepha-MG é marcado por reflexões sobre a viola em Minas


 

Belo Horizonte recebeu, nos dias 16 e 17 de maio, violeiros e fazedores de violas para debates que abordaram desde temas ligados ao modo de tocar até a forma de se fazer o instrumento. Realizado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico – Iepha-MG, o Seminário Violas: o fazer e o tocar em Minas Gerais reuniu, nos dois dias, artistas dedicados à viola caipira. Nomes como Chico Lobo, Pereira da Viola, Wilson Dias, Teo Azevedo, e a nova geração de violeiros, representada por Rodrigo Delage e Letícia Leal, marcaram presença no encontro e deram suas contribuições. "É primordial que o modo de fazer e tocar da viola seja reconhecido como patrimônio cultural", afirma Chico Lobo. O seminário foi uma das ações do Iepha-MG para o reconhecimento dos saberes e formas de expressões ligadas à viola como patrimônio cultural imaterial do estado.

Angelo Oswaldo, secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais, juntamente com a presidente do Iepha-MG, Michele Arroyo, abriram oficialmente o evento. “O seminário será um documento fundamental no reconhecimento das violas como patrimônio imaterial de Minas”, ressaltou o secretário. Michele Arroyo anunciou que este é o início do trabalho. "É um passo importante para construir o dossiê. A ideia é reconhecer a diversidade da viola em todo o estado, construindo junto com quem faz com que esse patrimônio esteja vivo", disse, destacando a importância de reunir violeiros, mestres e pesquisadores neste encontro para compreender a força da manifestação cultural da viola.

A mesa "Violas: história e trajetória" foi o primeiro debate e reuniu pesquisadores e os violeiros Ivan Vilela e Paulo Castagna e o luthier Max Rosa , um grande pesquisador das violas de Queluz. Vilela abordou em detalhes a história social da viola, traçando toda sua trajetória cheia de curiosidades e como foi se transformando e afirmou: "A única maneira de preservar a essência é modificando a forma". Castagna se concentrou na difusão das violas na América Portuegsa e Max Rosa mostrou como eram feitas as tradicionais violas de Queluz, como eram concebidas as simples, as ornamentadas e as personalizadas, passando pelas gerações de artesãos.

Rodrigo Delage e Paulo Freire abordaram, em outra mesa, "A viola e a natureza: os toques do cotidiano", com direito a canja de viola depois. "A Viola e as expressões culturais mineiras" ficou por conta dos violeiros Wilson Dias, Pereira da Viola e Joaci Ornelas, além de José Maria (Catira de Martinho Campos) e os Mestres de Folia Seu Domingos de São Francisco e Odorino Siqueira. A medição é de Carlinhos Ferreira

O pesquisador de ritmos brasileiros e das manifestações de cultura popular brasileira, Carlinhos Ferreira, destacou a grandiosidade deste encontro. "Aquele que ama o universo da viola, na minha opinião é violeiro", disse ele se referindo às outras influências que a viola vem recebendo, especialmente de artistas mais novos.

Fechando o seminário, Teo Azevedo, premiado, em 2013, com Prêmio Grammy Latino de melhor álbum de música de raízes brasileiras e Índio Cachoeira, considerado um dos mestres da viola caipira, com mais de 40 anos de carreira, fizeram as apresentações finais.

O trabalho de pesquisa do Iepha-MG para reconhecimento do modo de fazer e de tocar a viola em Minas continua com o cadastro dos violeiros e dos fazedores de viola, disponível no site www.iepha.mg.gov.br.