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Cia. de Dança Palácio das Artes apresenta PRIMEIRAPESSOADOPLURAL na Campanha de Popularização do Teatro e da Dança

 

PRIMEIRAPESSOADOPLURAL, espetáculo da Cia. de Dança Palácio das Artes que estreou em 2015, é resultado de um coletivo que se organizou a partir do caos ou, daquilo que não se sabe. A montagem foi elaborada por meio de processo colaborativo/investigativo em que prevalecem os atravessamentos transculturais: corpos e etnias em movimento. Trata-se de uma celebração, um encontro de ideias, conflitos, indivíduos e pensamentos. Todos pertencentes a um mesmo tempo e, paradoxalmente, atemporais.

Esse mais recente espetáculo integra a programação da 42ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança. Segundo o diretor artístico da CDPA, Cristiano Reis, integrar a programação da Campanha é sempre um momento especial na trajetória da CDPA, principalmente pela oportunidade de levar a linguagem contemporânea para um público ainda mais variado. “Nós sempre ficamos muito satisfeitos em participar da Campanha. É uma chance a mais de apresentarmos a dança para um público que não necessariamente está familiarizado com a linguagem contemporânea, mas que nos recebe sempre com o coração aberto. E isso nos motiva e nos inspira”, diz.

Na Campanha de Popularização do Teatro e da Dança, o Corpo Artístico da Fundação Clóvis Salgado faz a segunda temporada de apresentações do espetáculo, depois da estreia em dezembro. Cristiano Reis destaca que a pluralidade de PRIMEIRAPESSOADOPLURAL se repetiu no público, que teve diferentes impressões. “Cada um interpretou a montagem à sua própria maneira. Alguns identificaram elementos da nossa cultura, outros reconheceram processos de rituais e outros se encantaram com a iluminação ”. Agora, como parte da programação da Campanha, Cristiano espera que o espetáculo possa causar essas e outras diferentes impressões na plateia e, até mesmo, despertar o interesse daqueles que ainda não conhecem o trabalho da CDPA. “A apresentação na Campanha é mais uma oportunidade de formar novos públicos e convidá-los a conhecer outras manifestações culturais”, finaliza.

Sobre o espetáculo - PRIMEIRAPESSOADOPLURAL é fruto de um intenso processo de pesquisas, encontros e workshops realizados pelos próprios bailarinos, em parceria com os diretores do espetáculo, o mineiro Tuca Pinheiro e o pernambucano Jorge Garcia. Durante as pesquisas, os bailarinos perceberam algumas peculiaridades da arte brasileira. O Barroco, por exemplo, aconteceu tardiamente por aqui – 100 anos após a Europa –, e apresenta características únicas, assimilando elementos das culturas negras e indígenas. “Ficamos interessados em como essas estéticas podem percorrer o corpo, como ele pode se apoderar disso”, revela Tuca Pinheiro. 

Tuca também chama atenção para a relação entre o coletivo e o individual. O coreógrafo destaca que é necessário entender que o outro não é unicamente um espectador, contribuindo e sendo cúmplice do indivíduo, para o bem do coletivo. “Escolhemos fazer uma coreografia em que diferentes intervenções acontecem simultaneamente, até para que o público possa escolher, à sua maneira, a relação que terá com a obra”.

O diretor Jorge Garcia ressalta que a montagem é o resultado de um emaranhado de referências permeadas pela reflexão sobre a diversidade do modo de vida atual. “A primeira pessoa do singular potencializa o Outro e a primeira pessoa do plural pode fortalecer o Todo”.

A diversidade é uma questão que parece fazer mais sentido ainda considerando a própria Cia. de Dança Palácio das Artes. Corpo estável mais antigo da Fundação Clóvis Salgado, o grupo se destaca por reunir bailarinos com formações e experiências de vida distintas. Os 19 bailarinos em cena têm idade entre 22 e 62 anos.

Direção compartilhada – A direção compartilhada do espetáculo foi uma sugestão do diretor artístico da Cia., Cristiano Reis, que assumiu a gestão do grupo em março de 2015. Segundo Cristiano, a iniciativa de abrir espaço para dois coreógrafos estimula uma relação dialética com a dança. “As diferentes ideias que cada um dos diretores apresentou no início dos trabalhos colaboraram com o processo de pesquisa da Cia. e instigaram os bailarinos a serem, também, criadores desse processo, porém com dois olhares conduzindo e propondo, o processo se apresentou mais rico de referências na hora da criação. Nós somos uma companhia autoral, quanto mais diverso o nosso processo criativo, melhor o resultado da criação”, explica.

Figurinos, trilha e luz – Aproximadamente 80 peças, entre roupas e adereços, foram criados pela figurinista Ananda Sette para o espetáculo. As peças buscam retratar como a influência dos povos indígenas, africanos e europeus se traduziram na cultura brasileira. Já a trilha sonora, combina elementos da cultura nacional, cantos de manifestações religiosas, música popular, batuques das religiões afro-brasileiras e música clássica europeia. A iluminação, apesar de ser fixa em momentos pontuais, fica posicionada de forma difusa. Para o iluminador, André Boll, o objetivo é fazer com que a luz evidencie a diversidade da Cia. e também da nova montagem.

SINOPSE:

PRIMEIRAPESSOADOPLURAL é um coletivo que se organizou a partir do caos; daquilo que não se sabe. Este é resultado de um processo colaborativo/investigativo onde prevalecem os atravessamentos transculturais: corpos e etnias em movimento. Trans é prefixo que supõe movimento, deslocamento. É um espetáculo? Sim, mas é sobretudo uma celebração. Um encontro de ideias, conflitos, indivíduos e pensamentos. Todos pertencentes a um mesmo tempo e, paradoxalmente, atemporais.

Os diretores

JORGE GARCIA – Natural de Recife-PE, Jorge Garcia atuou como bailarino e coreógrafo em importantes companhias de dança como Cisne Negro Cia de Dança e Balé da Cidade de São Paulo. Realizou, também, trabalhos independentes, como o Gentlemen de Rua (GRUA), grupo de improviso, vídeo e performance, vivências em óperas, teatro e cinema. Em 2005, fundou a J. Gar. Cia de Dança Contemporânea, em que desenvolve sua pesquisa de linguagem em dança e outras possibilidades artísticas, utilizando elementos da cultura brasileira, como a Capoeira de Angola e a Dança Contemporânea, Contato Improvisação e Composição Instantânea.

TUCA PINHEIRO – Mineiro de Patos de Minas, Tuca Pinheiro é bailarino, formado em dança clássica e contemporânea, diretor coreográfico, criador, professor e pesquisador em dança contemporânea. Desenvolve seus estudos, parcerias e criações coreográficas junto a profissionais brasileiros e estrangeiros com foco voltado à pesquisa teórico/prática em dramaturgia de dança, bem como à pesquisa de novos dispositivos que auxiliam o bailarino interprete/criador nos processos de criação/composição coreográfica em dança contemporânea. Assinou a direção coreográfica de Coreografia de Cordel, da Cia de Dança Palácio das Artes, em 2004.

CRISTIANO REIS – Diretor

Integrante da Cia de Dança Palácio das Artes (CDPA) há 15 anos, Cristiano Reis é natural de Uberlândia/MG. É mestre e licenciado em Artes Cênicas pela Escola de Belas Artes da UFMG e gestor cultural pela Fundação Clóvis Salgado. Atua como coreógrafo, professor e preparador corporal de atores. Como bailarino da Cia de Dança Palácio das Artes recebeu os prêmios de Melhor bailarino, SESC/SATED-MG e SINPARC USIMINAS pelas coreografias “Quimeras” e “Carne Agonizante”, em 2008 e também prêmio de Revelação em Artes Cênicas SESC/SATED-MG pelo espetáculo “Coreografia de Cordel”, em 2005. Como coreógrafo, recebeu prêmios em festivais e concursos como o Festival de Joinville, Passo de Arte, FestSesi/Araxá, Dança Ribeirão, Festdança/São José dos Campos, São Leopoldo em Dança, entre outros. Destacam-se os prêmios de Melhor Coreógrafo do CBDD de Uberaba e Prêmio estímulo do Festival de Dança do Triângulo de Uberlândia, ambos em 2010. Em 2015, assumiu a direção da Cia de Dança Palácio das Artes.

CIA. DE DANÇA PALÁCIO DAS ARTES

A Cia. de Dança Palácio das Artes (CDPA), corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado, é reconhecida como uma das mais importantes companhias do Brasil e é uma das referências na história da dança em Minas Gerais. Foi o primeiro grupo a ser institucionalizado, durante o governo de Israel Pinheiro, com a incorporação dos integrantes do Ballet de Minas Gerais e da Escola de Dança, ambos dirigidos por Carlos Leite – que profissionalizou e projetou a Companhia nacionalmente. O Grupo desenvolve hoje um repertório próprio de dança contemporânea e se integra aos outros corpos artísticos da Fundação – Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Coral Lírico de Minas Gerais – em produções operísticas e espetáculos cênico-musicais realizados pela Instituição ou em parceria com artistas brasileiros. A Companhia tem a pesquisa, a investigação, a diversidade de intérpretes, a cocriação dos bailarinos e a transdisciplinaridade como pilares de sua produção artística. Seus espetáculos estimulam o pensamento crítico e reflexivo em torno das questões contemporâneas, caracterizando-se pelo diálogo entre a tradição e a inovação.

A história da Cia. de Dança Palácio das Artes faz parte do processo de grandes transformações ocorridas no campo da dança. Fundada em 1971, iniciou seus trabalhos com um repertório clássico. Em 1999 houve uma ruptura do Grupo com a linguagem da Dança Moderna e Clássica e deu-se o início à linguagem da Dança Contemporânea, que propõe a legitimação do bailarino como criador e sujeito de sua própria dança. A partir desse momento, a Companhia passou a trabalhar com um diretor artístico para coordenar os processos de criação de seus bailarinos e não mais com coreógrafos residentes.

Hoje, a Cia. de Dança possui um método singular de criação dos espetáculos, que inclui um profundo processo de pesquisa e concepção por parte dos bailarinos. Em muitos casos, o processo de pesquisa abarcou o contato direto com a comunidade, o que amplia a fruição das obras pelo público. Usualmente, a cada dois anos, é apresentado um novo espetáculo que reúne diversos profissionais renomados. Em sua trajetória, a Companhia já foi vista por um público diverso de crianças, jovens e adultos de várias cidades do interior de Minas, capitais do Brasil e também em países como Cuba, França, Itália, Palestina, Jordânia, Líbano e Portugal. Com entrada gratuita ou a preços acessíveis, as apresentações têm o intuito de difundir a dança contemporânea mineira, bem como enriquecer a experiência dos bailarinos por meio do encontro com outros públicos e artistas.

Espetáculo PRIMEIRAPESSOADOPLURAL – Cia de Dança Palácio das Artes

Data: 27 e 28 de fevereiro

Local: Grande Teatro do Palácio das Artes

Av. Afonso Pena, 1537 – Centro – Belo Horizonte

Horário: Sábado, às 20h30; domingo, às 19h

Entrada: R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia)

Ou R$10,00 – nos postos do Sinparc

Classificação etária: 16 anos

Informações para o público: (31) 3236-7400

Informações para a imprensa:

Júnia Alvarenga: (31) 3236-7419 l (31) 98408-7084 l junia.alvarenga@fcs.mg.gov.br

Gabriela Rosa: (31) 3236-7378 l (31) 98409-1424 l gabriela.rosa@fcs.mg.gov.br

Vítor Cruz: (31) 3236-7378 l (31) 99317-8845 l vitor.cruz@fcs.mg.gov.br