Com participação dos músicos Gilvan de Oliveira, Celso Faria, Fernando Araújo, Patrícia Valadão, iniciativa revisita a obra do nome mais importante da música modernista no Brasil e faz parte do programa O Modernismo em Minas Gerais
“Ele passa o dia inteiro ouvindo Villa-Lobos”. A frase foi confidenciada por Helena Jobim à produtora cultural Carminha Guerra. A afirmação da irmã de Tom Jobim, um dos mais importantes compositores da MPB, demonstra a influência exercida pelo mestre do modernismo brasileiro na música. Para evidenciar ainda mais o legado, revisitar a obra e a importância de Heitor Villa-Lobos na contemporaneidade, em especial na música mineira, o programa O Modernismo em Minas Gerais promove nos dias 5, 6 e 7 de abril, às 19h, o Festival Villa-Lobos. A programação acontece dentro da mostra Percurso Modernista, na Galeria Alberto da Veiga Guignard, no Palácio das Artes. O evento é gratuito.
O Festival Villa-Lobos conta com a exibição de vídeos em que músicos mineiros interpretam obras do compositor modernista, bem como de nomes da música contemporânea brasileira influenciados pelo artista. Gilvan de Oliveira, Fernando Araújo, Mauro Rodrigues, Patrícia Valadão e Lucas Barros estão entre os instrumentistas que participam do evento. Além disso, a programação traz um bate-papo com o violonista Celso Faria, que vai tratar do período em que Villa-Lobos morou em Minas Gerais, apontando as influências do artista na música mineira.
Com traços marcantes da cultura brasileira, o compositor carioca trouxe novas concepções estéticas para tradicionais peças musicais. Carminha Guerra, curadora e produtora do Festival Villa-Lobos acredita que a música pode ser dividida em antes e depois do artista. “Ele foi um expoente do modernismo e se tornou uma referência mundial. Villa-Lobos traz o Brasil para a música, interpreta nossa brasilidade com quartetos, quintetos e obras para o violão”, pontua Carminha.
Na vanguarda da experimentação, Villa-Lobos incorporou o violão em suas composições numa época em que o instrumento era tido como algo menor dentro da música, inclusive associado à marginalidade. “Eleleva o violão, como raiz do povo brasileiro, para as grandes orquestras. A obra musical composta em cordas é uma referência no mundo inteiro, principalmente os Prelúdios”, aponta Guerra. O Festival Villa-Lobos vai exibir a versatilidade do compositor carioca no violão com a interpretação de O Trenzinho do Caipira pelo músico mineiro Gilvan de Oliveira. O evento também traz os Prelúdios de Villa-Lobos interpretados por Fernando Araújo.
A palestra Modernidade, ministrada pela filósofa Maria de Lourdes Gouveia, fecha a programação do Festival Villa-Lobos no dia 7 de abril. A conversa vai apontar aspectosmais importantes do Modernismo brasileiro e focar na arte modernista mineira e no momento político e social vivido pelo Brasil nos idos de 1920.
A programação completa pode ser acessada no site da Fundação Clóvis Salgado: www.fcs.mg.gov.br
O Modernismo em Minas Gerais
Segundo Eliane Parreiras, presidente da Fundação Clóvis Salgado, o Programa O Modernismo em Minas Gerais vai presentear os cidadãos mineiros com um recorte inédito sobre o Modernismo, levando ao público uma oportunidade rara de conhecimento e reflexão. “Com uma curadoria atenta e repleta de contribuições para a análise do modernismo brasileiro, revisitamos importantes registros do movimento em Minas Gerais. E, ainda, estabelecemos um caminho cheio de oportunidades para reflexão de nossas identidades e do modernismo na contemporaneidade. O programa é composto de um amplo panorama cultural, com um calendário intenso de ações ao longo do ano no Palácio das Artes. Estamos imensamente felizes com essa parceria com o Ministério Público de Minas e com a possibilidade de aprofundar a reflexão e difundir a significativa participação de Minas Gerais nesse importante movimento cultural”.
O programa O Modernismo em Minas Gerais é uma parceria entreo Governo de Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, a Fundação Clóvis Salgado, A APPA Arte e Cultura e o Ministério Público de Minas Gerais. O projeto é financiado com recursos do Fundo Especial do Ministério Público de Minas Gerais (FUNEMP) e executado por meio do Contrato de Gestão com a APPA Arte e Cultura. O FUNEMP busca, além de aperfeiçoar as funções institucionais do Ministério Público, caso da modernização e obtenção dos meios necessários para o combate ao crime organizado, a reconstituição de bens lesados e a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos, dar suporte financeiro a programas, projetos e ações de relevante interesse social. O valor de R$ 2,470 milhões investidos no programa O Modernismo em Minas Gerais se soma aos investimentos orçamentários do Governo do Estado e de outros importantes parceiros privados da Fundação Clóvis Salgado.