Programa de valorização e incentivo à pesquisa de processos artísticos e culturais está com inscrições abertas para projetos de diversas áreas das atividades artísticas em Minas Gerais
Entre 22 de março e 24 de abril, o BDMG Cultural recebe inscrições para a terceira edição do programa LAB Cultural. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas exclusivamente pelo site bdmgcultural.mg.gov.br. Em 2022, o edital contempla diversas áreas das atividades artísticas - artes visuais, música, experimentação sonora, escrita, artes cênicas, dança, expressões corporais, dentre outras.
O LAB Cultural é um programa de residência artística online, para valorização e incentivo à pesquisa de processos artísticos e culturais. Seu ponto de partida é em 2020, em meio a pandemia, criando um espaço para trocas e atravessamentos de práticas artísticas, produzindo conhecimento de forma colaborativa e horizontal entre artistas e profissionais de diversas áreas do saber.
Bolsas de pesquisas
Serão selecionados 20 (vinte) projetos artísticos de artistas residentes em Minas Gerais a no mínimo 1 (hum) ano que se manifestem por meio das artes visuais, cênicas, escrita, música, dança, expressões corporais, dentre outras. Os projetos serão desenvolvidos em 4 (quatro) meses de pesquisa, mediante o recebimento de bolsa total de R$ 6.000 (seis mil reais) a ser dividida nos 4 (quatro) meses de desenvolvimento do programa.
Nesta edição, os(as) artistas selecionados(as) terão a oportunidade de desenvolver suas pesquisas com o acompanhamento de profissionais experientes e atuantes no desenvolvimento de projetos artísticos: a diretora teatral Fernanda Júlia Onisajé; a educadora, pesquisadora e curadora Luciara Ribeiro; o artista sonoro, improvisador e compositor Marco Scarassatti; e o artista da dança Rui Moreira.
Sobre os provocadores
Fernanda Júlia Onisajé é diretora teatral, graduada no Bacharelado em Direção Teatral da Escola de Teatro da UFBA, doutora em Artes Cênicas pelo Programa de Pós graduação em Artes Cênicas – PPGAC/UFBA, com a tese: Teatro Preto de Candomblé: uma construção ético-política de encenação e atuação negras. Diretora fundadora do Núcleo Afro brasileiro de Teatro de Alagoinhas – NATA. Dramaturga, preparadora de atuantes, educadora e pesquisadora da cultura africana no Brasil. Escreveu e dirigiu espetáculos próprios, tendo ainda dirigido as montagens Traga-me a cabeça de Lima Barreto, Oyaci – A filha de Oyá, Kanzuá – Nossa casa, Oxum, Pele Negra, máscaras brancas. Ministra o Laboratório de preparação de Atuantes – Ojuinan, o Laboratório Dramaturgia afrodiaspórica: um foco na construção de narrativas negras, o Café Dramático – Laboratório de leitura e estudo de textos teatrais negros e o Em direção a elas: Elas na direção – Laboratório de formação para diretoras teatrais negras.
Luciara Ribeiro é educadora, pesquisadora e curadora. Tem mestrado em História da Arte pela Universidade de Salamanca (USAL, Espanha, 2018) e pelo Programa de Pós-Graduação em História da Arte da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP, 2019). Tem graduação em História da Arte pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP, 2014). É técnica em Museologia pela Escola Técnica Estadual de São Paulo (ETEC, 2015). Atualmente é docente no Departamento de Artes da Faculdade Santa Marcelina.
Marco Scarassatti é artista sonoro, improvisador e compositor. Desenvolve pesquisa e construção de esculturas e instalações sonoras, além de gravações de campo; professor e pesquisador da Faculdade de Educação da UFMG e autor do livro Walter Smetak, o alquimista dos sons (editora Perspectiva / SESC, 2008). Tocou ao lado de Mbé na 34°Bienal de São Paulo 2021, na obra "deposição", de Daniel de Paula, Marissa Lee Benedict e David Rueter. Possui 19 álbuns lançados em diversos países. Idealizou e co-dirigiu, o Filme-Partitura Anestesia (2021), inspirado na composição gráfica homônima de Walter Smetak, com estreia marcada para 05/08/2021, no festival Memórias na Música, da Akademie Der Kunst, em Berlim.
Rui Moreira é artista da dança e ativista pelo direito de fruição e amplitude social das artes. Natural de São Paulo, morou em Belo Horizonte, Lyon (França) e desde 2016 reside em Porto Alegre. Desenvolve investigação gestual focada nas culturas negras africanas e afro-diaspóricas, com base conceitual nas expressões tradicionais patrimoniais, populares e contemporâneas. Fundou a Cia. SeráQuê?, a Associação SeráQuê Cultural e a Rui Moreira Cia de Danças. Foi curador e diretor artístico do FAN - Festival Internacional de Arte Negra e promotor da Rede Terreiro Contemporâneo de Danças.
Para a educadora e pesquisa Luciara Ribeiro, "projetos como o LAB Cultural funcionam como processos relacionados, que correlacionam a formação, criação e apresentação, entendendo que são partes da prática artística, sem a discriminação de valores. Além disso, e diante da realidade social das artes no país, essa é uma possibilidade de auxiliar financeiramente no desenvolvimento de práticas artísticas".
O programa LAB Cultural consolidou um formato em constante elaboração, em que, cada edição ganha novos contornos de acordo com as devolutivas dos/das participantes de anos anteriores. Reconhece a potência da comunicação online, ampliada em virtude da pandemia, e que efetivamente, nos possibilita interações com conhecimentos mais plurais, criando pontes e estreitamento de laços, talvez antes inviáveis pelo distanciamento territorial e aproximando regiões de um Estado tão amplo quanto diverso.
"Ser atravessado pelas provocações e saberes de outras e outros artistas durante o processo de mergulho, dá a dimensão do que é essa encruzilhada cosmoperceptiva e amplia a capacidade do artista de pensar e vivenciar esse processo", ressalta o artista sonoro Marco Scarassatti.
O artista da dança Rui Moreira ressalta que a diversidade de áreas é outra grande riqueza desse programa. "Esse programa acontece no Brasil, ele está em um estado onde as manifestações africanas, de diversas nações africanas, se faz e se mantém presente e onde a capital é a segunda cidade, em densidade populacional, negra no Brasil. Então, nós vamos ver que essa cultura africana e essa cultura indígenas, também, é muito potente aqui”, avalia.
“Eu sou uma entusiasta de programas, projetos e instituições, sejam elas de foro privado ou de foro público que pensam, que conseguem alcançar, conseguem compreender a importância e a relevância do processo de pesquisa da investigação artística para além do produto, para além da obra, quando você não está preocupado com o resultado e sim com o processo, com o caminho”, relata a diretora teatral Fernanda Júlia Onisajé.
Como nas edições anteriores, o programa LAB Cultural promoverá o compartilhamento de conhecimento e dos processos artísticos que serão desenvolvidos e apresentados na plataforma www.bdmgcultural.mg.gov.br/lab para ampliar as possibilidades de reflexão e diálogo dos artistas selecionados com a sociedade.
Serviço
Inscrições para o programa LAB Cultural 2022
Período: 22 de março a 24 de abril
Onde: bdmgcultural.mg.gov.br