Além da homenagem a Manuel de Falla, Orquestra interpreta obras de Villa-Lobos e Mozart
Nos 75 anos da morte de Manuel de Falla, o pianista convidado Ronaldo Rolim traz todo o charme das Noites nos jardins de Espanha do compositor espanhol, nos dias 18 e 19 de novembro, às 20h30, na Sala Minas Gerais. Também de Falla, a Filarmônica de Minas Gerais interpreta a obra O chapéu de três pontas: Suíte nº 1. Com condução do regente convidado Marcelo Lehninger, o público poderá apreciar ainda as Bachianas Brasileiras nº 9, de Villa-Lobos, e a Sinfonia nº 39 em Mi bemol maior, de Mozart.
O concerto terá presença de público, e a venda de ingressos está disponível no site www.filarmonica.art.br ou na bilheteria da Sala Minas Gerais. A apresentação de quinta-feira também terá transmissão ao vivo pelo canal da Filarmônica no YouTube.
Em consonância com as normas da Prefeitura de Belo Horizonte publicadas em setembro/2021, sobre a prevenção da covid-19 em casas de espetáculo, a Sala Minas Gerais trabalha com ocupação de 50% da sua capacidade, podendo receber até 749 pessoas em suas apresentações. A capacidade total da Sala é de 1.493 lugares. O acesso à sala de concertos será encerrado cinco minutos antes do horário da apresentação; assim, as portas serão fechadas às 20h25.
Durante o intervalo das apresentações serão realizados os Concertos Comentados, palestras em que especialistas comentam o repertório da noite. O palestrante das duas noites será o curador dos Concertos Comentados, Werner Silveira, percussionista da Filarmônica.
Este projeto é apresentado pelo Ministério do Turismo, Governo de Minas Gerais, CBMM, Itaú e Cemig, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de MG, Governo do Estado de Minas Gerais, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
Marcelo Lehninger, regente convidado
Atual Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Grand Rapids, nos Estados Unidos, o brasileiro Marcelo Lehninger também foi Diretor Artístico e Regente Titular da Sinfônica de New West e Regente Associado da Sinfônica de Boston. Ele tem conduzido diversos grupos da América do Norte, como as sinfônicas de Chicago, Houston, Baltimore, Seattle, Toronto, Detroit e a Filarmônica de Rochester. Na Europa, atuou na Suíça e na Eslovênia, além de ter auxiliado o então Diretor Artístico da Orquestra do Concertgebouw, Mariss Jansons, na turnê de 2015. Antes de se formar no Conductors Institute da Bard College em Nova York, Lehninger estudou violino e piano. Durante o ano de 2010, foi Regente Assistente da Filarmônica de Minas Gerais.
Ronaldo Rolim, piano
Ronaldo Rolim vem se estabelecendo como um dos principais nomes da nova geração de pianistas brasileiros. Como solista convidado, apresentou-se frente a diversas orquestras brasileiras e internacionais, como as sinfônicas da Capela de São Petersburgo, de Phoenix e a Brasileira, a Tonhalle, a Musikkollegium Winterthur e as filarmônicas de Liverpool, Lviv e Minas Gerais. Um ávido camerista, Rolim é membro fundador do Trio Appassionata, ao lado da violinista Lydia Chernicoff e da violoncelista Andrea Casarrubios. Aos 18 anos, após vencer os concursos Nelson Freire e Magda Tagliaferro, mudou-se para os EUA, onde concluiu seus estudos. Em 2016, Rolim defendeu sua tese de doutorado na Universidade de Yale, baseada nas obras programáticas do compositor polonês Karol Szymanowski escritas durante a I Guerra Mundial.
Repertório
Manuel de Falla (Cádis, Espanha, 1876 – Alta Gracia, Argentina, 1946) e a obra O chapéu de três pontas: Suíte nº 1 (1919)
Após a Primeira Guerra, o diretor dos Ballets Russes, Serguei Diaghilev, propôs a Manuel de Falla criar uma obra tipicamente espanhola, à altura das produções mais famosas de sua companhia — entre elas, A Sagração da Primavera, de Stravinsky. Surge assim O chapéu de três pontas, baseado na farsa popular do escritor Pedro de Alarcón. A estreia foi em Londres, em julho de 1919, com cenários e figurinos de Picasso, coreografia de Massine e direção musical de Ernest Ansermet. Para apresentações em concerto, Falla condensou o balé em duas suítes orquestrais, cada uma com três movimentos que seguem as peripécias do enredo. A Suíte nº 1 traz as partes “A tarde”, “Dança da mulher do moleiro” e “As uvas”, que, como o restante da obra, respiram bom humor, juventude e vitalidade. Com O chapéu de três pontas, Falla conseguiu, simultaneamente, cultivar as tradições literárias e musicais folclóricas de sua terra e projetar-se entre as vanguardas artísticas das primeiras décadas do século XX.
Manuel de Falla (Cádis, Espanha, 1876 – Alta Gracia, Argentina, 1946) e a obra Noites nos jardins de Espanha (1909/1915)
Andaluz por parte de pai e catalão pelo lado materno, Manuel de Falla desde criança familiarizou-se com a música folclórica espanhola na sua forma mais genuinamente popular, cotidiana. Em 1907, mudou-se para Paris, onde fez amizade com seus compatriotas Picasso e Albéniz, além de Ravel e Debussy (que admirava especialmente). Nesse ambiente efervescente, começou a composição de Noites nos jardins de Espanha, mas as crescentes exigências que impôs a si próprio dificultaram o término da obra, que só foi concluída em 1915, em Barcelona. A peça se define em três impressões sinfônicas para piano e orquestra. A primeira faz referência a Generalife, castelo medieval dos reis mouros em Granada, cujos jardins, em terraços, dão para a fortaleza da Alhambra e suas fontes. A segunda apresenta uma constante figura rítmica de dança cigana e sugere os rumores das águas da Alhambra. E a terceira remete aos jardins da Serra de Córdoba, com destaque para as sonoridades cintilantes do triângulo e dos pratos. Noites nos jardins de Espanha se destaca também quanto à técnica pianística, cuja escrita é bastante inovadora, inspirada nos recursos da guitarra espanhola, e se desenvolve fluentemente, como que entregue a uma improvisação incessante.
Heitor Villa-Lobos (Rio de Janeiro, Brasil, 1887 – 1959) e a obra Bachianas Brasileiras nº 9 (1945)
Entre as obras mais conhecidas de Villa-Lobos estão as nove Bachianas Brasileiras escritas entre 1930 e 1945 como uma homenagem a Johann Sebastian Bach. Villa-Lobos permaneceu ao longo de toda a vida próximo à obra de Bach, com o qual dizia ter uma ligação espiritual, e realizou inúmeros arranjos de seus prelúdios e fugas para coro misto, conjuntos de violoncelos e também orquestra. Nas Bachianas, no entanto, não há citações diretas à obra do compositor alemão, mas sim uma constante utilização do contraponto e de procedimentos típicos do barroco e do estilo bachiano, tais como o uso de melodias com motivos recortados em progressões. A Bachianas Brasileiras nº 9, na verdade um prelúdio e fuga para orquestra de cordas, foi estreada por Eleazar de Carvalho, em novembro de 1948, regendo a Orquestra Sinfônica Brasileira.
Wolfgang Amadeus Mozart (Salzburgo, Áustria, 1756 – Viena, Áustria, 1791) e a obra Sinfonia nº 39 em Mi bemol maior, K. 543 (1788)
Em meados de 1788, Mozart vivia um período extremamente difícil, início da miséria humilhante que marcaria o último capítulo de sua vida. Um dia antes de terminar a Sinfonia nº 39, escrevera ao amigo e credor Johann Puchberg solicitando mais um empréstimo; três dias depois, morria sua filha Tereza. Entretanto, em apenas seis semanas, Mozart concluiu mais duas sinfonias (as de números 40 e 41), profundamente diferentes entre si e igualmente perfeitas. Fenômeno ainda mais intrigante, pois permanece enigmático o motivo de tamanho empenho composicional – essas três obras-primas incomparáveis foram criadas sem encomenda imediata e julga-se que o próprio Mozart não chegou a ouvi-las. As últimas sinfonias, com audácia inaudita, exibem o gênio de Mozart em plenitude e revelam o alcance de seu legado incomparável para o gênero: notável percepção do equilíbrio estrutural; um jogo fascinante das texturas orquestrais (sobretudo dos instrumentos de sopro); a prodigiosa riqueza harmônica; e o surpreendente e rigoroso cultivo do estilo fugato dos antigos mestres.
PROGRAMA
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
Série Presto
18 de novembro– 20h30
Sala Minas Gerais
Série Veloce
19 de novembro – 20h30
Sala Minas Gerais
Marcelo Lehninger, regente convidado
Ronaldo Rolim, piano
FALLA O chapéu de três pontas: Suíte nº 1
FALLA Noites nos jardins de Espanha
VILLA-LOBOS Bachianas Brasileiras nº 9
MOZART Sinfonia nº 39 em Mi bemol maior, K. 543
Ingressos:
R$ 50 (Coro), R$ 50 (Terraço), R$ 50 (Mezanino), R$ 60 (Balcão Palco), R$ 80 (Balcão Lateral), R$ 105 (Plateia Central), R$ 135 (Balcão Principal) e R$ 155 (Camarote).
Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações:
(31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Funcionamento da bilheteria:
A bilheteria funcionará em horário reduzido.
— De terça-feira a sábado – 13h a 19h
— Terça, quinta e sexta-feira com concerto – 15h a 21h
Cartões e vale aceitos:
Cartões das bandeiras American Express, Elo, Hipercard, Mastercard e Visa.
Vale-cultura das bandeiras Ticket e Sodexo.
Imagem: Michael Lutch