Gravação conta com a participação dos atores Adriana Morales (Palhaça Benedita Jacarandá) e Tiago Mafra (Palhaço Sabonete), do Grupo Trampulim
No domingo (31/10), a partir das 10h, a Fundação Clóvis Salgado celebra o legado das artes circenses com o lançamento de uma gravação inédita do Coral Lírico e da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais interpretando canções do espetáculo O Grande Circo Místico (1983), compostas por Chico Buarque e Edu Lobo. O vídeo possui Direção Musical do Maestro Titular da OSMG, Silvio Viegas, e da Maestrina Associada ao CLMG, Lara Tanaka, e as canções foram arranjadas especialmente para a ocasião pelo maestro Mateus Araújo. A produção possui a participação especial de Adriana Morales (Palhaça Benedita Jacarandá) e Tiago Mafra (Palhaço Sabonete), atores e diretores do Grupo Trampulim. O lançamento acontece pelas páginas da Fundação Clóvis Salgado no Instagram e no Facebook.
A homenagem aos artistas de circo traça uma divertida narrativa em torno da vivência dos músicos com a arte da “palhaçaria”. Respeitando todos os protocolos de segurança e sob a exigência de testagem para toda a equipe envolvida, membros do Coral Lírico e da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais se reuniram com os palhaços convidados na Sala Juvenal Dias, no Palácio das Artes, para a gravação do vídeo. Participaram da gravação presencial três coralistas e seis músicos, além dos atores convidados. Os demais membros de ambos os Corpos Artísticos participaram da gravação de suas residências.
Além de reforçar a importância do trabalho dos artistas circenses, a gravação conta com uma criativa referência ao modo de consumo de conteúdos artísticos na contemporaneidade. Por meio de recursos de edição, a apresentação foi editada como uma live – os músicos aparecem na tela como “reações”, à esquerda, os cantores são os “comentários”, à direita, e os membros da produção aparecem como os visitantes da live. O Grande Circo Místico serviu de inspiração para diversas obras, e é agora homenageado pelos Corpos Artísticos da FCS de forma inédita e exclusivamente virtual.
Marco da MPB
O espetáculo musical O Grande Circo Místico, roteirizado por Naum Alves de Souza em 1983, foi criado a partir do poema homônimo de Jorge de Lima lançado em 1938 no livro A Túnica Inconsútil. Originalmente criado para o Balé Teatro Guaíra, de Curitiba, o espetáculo mesclou uma enorme variedade de representações artísticas, como dança, música, artes circenses, teatro, poesia e ópera. A trilha sonora narra a saga da família austríaca proprietária do Grande Circo Knieps, que vagava pelo mundo e atravessava décadas de grandes histórias de amor, misticismo e mistério. As composições para o espetáculo tornaram-se clássicos da canção brasileira pela sua riqueza poética e musical, consagrando uma das obras brasileiras de maior sucesso.
O Maestro Mateus Araújo é responsável pelo arranjo especial das canções escolhidas para compor o vídeo. “O Grande Circo Místico é um dos marcos da música brasileira, criado na década de 80, mas continuamente revivido, de tão ricas e expressivas suas canções. Os trechos selecionados para este arranjo mostram o trabalho itinerante do circo, a correria e a preocupação como espetáculo e o público”, relata o maestro. “É um privilégio poder contar com a qualidade e o brilhantismo da OSMG e do CLMG para transmitir essa emoção”.
Encontro das artes
Rogério Francisco, membro do Coral Lírico, acha inegável a aptidão dos músicos para as obras essencialmente corais, idiomáticas para a formação, e também para interpretar com sensibilidade boa parte das obras que ao menos originalmente não foram pensadas para esta formação – como a trilha sonora do Grande Circo Místico. “É um trabalho simbiótico, dos músicos recebendo aquele novo material, repleto de sentido e significado, e do arranjador, que também ressignifica aquela obra pensando nas possibilidades deste grupo. Em meio a tantas óperas e concertos, sempre interagimos com o que entendemos como música popular, desde o jazz até a música brasileira e suas vertentes”, diz o coralista, destacando que a própria divisão por gênero – popular e erudito – é por natureza turva na história da música. “Interagir com o que há de mais rico na formação das identidades do Brasil é também parte de nosso dia a dia. Particularmente, acho que este trabalho é absolutamente importante para a formação e o fomento não só da arte em si, mas do intelecto e dos afetos que podem aproximar e transformar a humanidade”.
Segundo Andreia Morales, diretora e atriz do Grupo Trampulim, o convite para participar do vídeo foi recebido com muita alegria. “É uma honra fazer parte dessa produção ao lado da Orquestra e do Coral sendo os artistas que representam o circo nessa conversa. Nos sentimos em casa, pois acreditamos que o circo seja arte agregadora, que conversa com o teatro, com a música e com as artes visuais”, conta Andreia. “Celebramos esse caldeirão de artistas e essa grande referência a uma arte milenar: o circo. Vamos guardar com muito carinho essa obra eterna, já que o vídeo imortaliza esse encontro do circo, da música e do cinema. Ficamos imensamente felizes e satisfeitos com a resultado, foi um prazer estar com toda a equipe”, comemora a atriz.
Grupo Trampulim
Criado em 1994 dentro da Spasso – Escola Popular de Circo, o grupo passou por diversas fases, mantendo-se sempre leal ao compromisso com a criação e o riso. Seus espetáculos revelam uma relação direta e verdadeira com a plateia e refletem a diversidade da formação dos seus integrantes que, ao trazerem questões comuns ao circo, teatro, música e improvisação, desenvolvem uma linguagem genuína, cujo foco é a pesquisa incansável do ofício do palhaço e suas diversas linhas de trabalho. O grupo criou diversos espetáculos, além de oficinas de formação, vasta circulação nacional e inserções no mercado internacional. Conquistou prêmios expressivos nas áreas de circo, teatro de rua e artes cênicas.
Orquestra Sinfônica de Minas Gerais
Considerada uma das mais ativas do país, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre, na capital e no interior de Minas Gerais. Criada em 1976, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais em 2013. Participa da política de difusão da música sinfônica promovida pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, a partir da realização dos projetos Concertos no Parque, Concertos Comentados, Sinfônica ao Meio-dia, Sinfônica em Concerto, além de integrar as temporadas de óperas realizadas pela FCS. Mantém permanente aprimoramento da sua performance executando repertório que abrange todos os períodos da música sinfônica, além de grandes sucessos da música popular. Seu atual regente titular é Silvio Viegas.
Coral Lírico de Minas Gerais
O Coral Lírico de Minas Gerais é um dos raros grupos corais que possui programação artística permanente e interpreta repertório diversificado, incluindo motetos, óperas, oratórios e concertos sinfônico-corais. Participa da política de difusão do canto lírico promovida pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado (FCS), a partir da realização dos projetos Concertos no Parque, Lírico Sacro, Sarau ao Meio-dia e Lírico em Concerto, além de concertos em cidades do interior de Minas e capitais brasileiras, com entrada gratuita ou preços populares. Participa também das temporadas de óperas realizadas pela FCS. Já estiveram à frente do Coral os maestros Luiz Aguiar, Marcos Thadeu, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Ângela Pinto Coelho, Eliane Fajioli, Sílvio Viegas, Charles Roussin, Afrânio Lacerda, Márcio Miranda Pontes, Lincoln Andrade e Lara Tanaka. Criado em 1979, o Coral Lírico de Minas Gerais tornou-se Patrimônio do Estado em 2018 e comemorou quarenta anos em 2019.
O vídeo O Grande Circo Místico – Homenagem ao Circo e aos artistas circenses integra o projeto #PalácioEmSuaCompanhia e é realizado pelo Governo de Minas Gerais e Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, pela Fundação Clóvis Salgado, e é correalizado pela Appa - Arte e Cultura. Tem o patrocínio Master da Cemig, AngloGold Ashanti e Unimed-BH / Instituto Unimed-BH, além do patrocínio da Usiminas, com o apoio do Instituto Usiminas. Todos os incentivos são através das Leis Federal e Estadual de Incentivo à Cultura.
A Fundação Clóvis Salgado é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e de cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.