Em antecipação à chegada da primavera, a Filarmônica de Minas Gerais apresenta pela primeira vez a obra homônima de Debussy, com arranjo de Büsser. Essa mesma beleza tímbrica é encontrada na Quarta Sinfonia de Yoshimatsu, que também será estreada pela Orquestra. O pianista suíço-canadense Teo Gheorghiu vem a Belo Horizonte para dar continuidade à celebração do aniversário de nascimento de Rachmaninov com seu vigoroso Primeiro Concerto.
Com regência do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais, as apresentações serão nestas quinta e sexta-feira, dias 14 e 15 de setembro, às 20h30, na Sala Minas Gerais. Os ingressos estão à venda no site da Filarmônica e na bilheteria da Sala Minas Gerais, com preços de R$ 50 a R$ 175 (valores da inteira).
Antes das apresentações, às 19h30, o público poderá saber mais sobre o repertório assistindo aos Concertos Comentados. Nesta semana, a conversa será com o Regente Associado da Filarmônica, maestro José Soares, também curador do projeto.
Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Apoio: Circuito Liberdade. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de MG, Governo de Minas Gerais, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Teo Gheorghiu
Destinatário do prêmio Beethoven-Ring do Beethovenfest de Bonn em 2010 e o mais jovem pianista a receber a honraria, Teo Gheorghiu já se apresentou com as sinfônicas de Tóquio, Bilbao e Pittsburgh, a Royal Philharmonic e a Tchaikovsky Symphony, além da Orquestra Nacional Dinamarquesa. Ao longo da carreira, colaborou com regentes renomados, como Neville Marriner, Vladimir Fedoseyev, Matthias Pintscher e Alexander Shelley.
Foi vencedor do prêmio principal nas competições internacionais de piano Franz Liszt e San Marino, e, em 2017, recebeu o prêmio de melhor artista no Concurso Musical Internacional de Montreal. Nascido em 1992, na Suíça, Gheorghiu viveu a maior parte da vida em Londres, onde foi pupilo de Hamish Milne. Em 2022, lançou o álbum Roots, que demonstra seu atual interesse na tradição musical do Leste Europeu e especialmente da Romênia, terra de seus pais e do compositor George Enescu.
Repertório
Claude Debussy (Saint-Germain-en-Laye, França, 1862 – Paris, França, 1918) e a obra Primavera (1887, revisão 1912)
A suíte sinfônica Primavera foi escrita por Debussy em 1887, durante a residência criativa conquistada quando venceu o Prix de Rome três anos antes. Inspirada em A Primavera de Botticelli, a obra busca associar o florescer da estação ao nascimento de uma nova vida, explorando múltiplas colorações orquestrais. Essa exploração, porém, não foi muito bem recebida pelos mentores de Debussy em Paris, e o texto com a avaliação da suíte ficou conhecido por ser o primeiro a associar o termo “impressionista” ao compositor, rótulo que é bastante corrente até os dias de hoje e o qual ele renegava enfaticamente. O “exagero de cores” pelo qual Primavera foi rechaçada na época, soa, hoje, como um dos primeiros indícios da liberdade composicional que Debussy desenvolveria nas décadas seguintes.
A versão original da obra foi composta para orquestra e coro feminino sem palavras, mas esse original foi perdido em um incêndio. A versão mais tocada é uma reorquestração feita por Henry Büsser em 1912, sob supervisão do próprio autor, a partir de uma adaptação para duo de piano, de 1904. Nesse arranjo para orquestra, as cores de Primavera florescem radiantes, expressando toda a beleza e alegria que Debussy buscou ao compô-la.
Sergei Rachmaninov (Oneg, Rússia, 1873 – Beverly Hills, Estados Unidos, 1943) e a obra Concerto para piano nº 1 em fá sustenido menor, op. 1 (1890/1891, revisão 1919)
O Concerto para piano nº 1 em fá sustenido menor tem o vigor e a energia próprios de Rachmaninov. O autor o compôs aos dezoito anos de idade, enquanto ainda era aluno do Conservatório de Moscou. A estreia do primeiro movimento deu-se em 17 de março de 1892, no Conservatório, com a orquestra de alunos sob a regência do diretor, Vasily Safonov, e Sergei Rachmaninov ao piano. A versão que hoje conhecemos é de 1917, após as extensivas revisões que Rachmaninov fez de seu opus 1, meses antes de deixar a Rússia.
A nova versão foi apresentada pela primeira vez na íntegra em Nova York, em 1919, pela Sociedade Sinfônica Russa sob a direção de Modest Altschuler, tendo igualmente o compositor como solista. O intenso diálogo entre piano solista e orquestra é a marca registrada do primeiro movimento (“Vivace”), com a brilhante escrita virtuosística típica do compositor. No segundo movimento (“Andante”), os temas confiados ao piano, que reina praticamente absoluto, são de um lirismo ímpar, encontrados apenas nas mais belas páginas do próprio Rachmaninov. O terceiro e último movimento (“Allegro vivace”) é feito de esfuziante energia.
Takashi Yoshimatsu (Tokyo, Japão, 1953) e a obra Sinfonia nº 4, op. 82 (2000)
Depois de concluir sua terceira incursão no universo das sinfonias, Takashi Yoshimatsu sentiu vontade de experimentar algo diferente da partitura anterior. Sua primeira ideia para a Sinfonia nº 4 foi um adagio pesado e sombrio. Todavia, o resultado final mostrou-se bastante diferente.
Yoshimatsu conta que começou a compor no início da primavera, e que, talvez por isso e pela esperança de um mundo melhor suscitada pela virada do milênio, a imagem que emergiu em seus pensamentos foi a de “uma minissinfonia flutuante, como uma pequena flor desabrochando em um vale, fazendo as vezes de um intermezzo após a tempestuosa Terceira Sinfonia”. A partir daí, o compositor japonês buscou inspiração em suas lembranças de infância e desenvolveu a obra como uma “caixa de brinquedos”, com sons que evocam a natureza serena, os sonhos e o sentimento de nostalgia. Em 29 de maio de 2001, a Sinfonia nº 4 foi estreada pela Kansai Philarmonic Orchestra, com regência de Sachio Fujioka, em Osaka, Japão.
Serviço
Série Presto
Data: 14/9 (quinta-feira)
Série Veloce
Data: 15/9 (sexta-feira)
Horário: 20h30
Local: Sala Minas Gerais – Rua Tenente Brito Melo, 1.090, Barro Preto - Belo Horizonte
Ingressos: R$ 50 (Coro), R$ 50 (Terraço), R$ 50 (Mezanino), R$ 70 (Balcão Palco), R$ 90 (Balcão Lateral), R$ 120 (Plateia Central), R$ 155 (Balcão Principal) e R$ 175 (Camarote).
Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores. Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Funcionamento da bilheteria:
Dias sem concerto
3ª a 6ª — 12h a 20h
Sábado — 12h a 18h
Dias com concerto
12h a 22h — quando o concerto é durante a semana
12h a 20h — quando o concerto é no sábado
09h a 13h — quando o concerto é no domingo
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Foto: Schreyer